A formação do sentimento invejoso se dá através da identificação projetiva. A pessoa sente raiva, mas acredita que é o outro que nutre este sentimento por ele. Por isso o invejoso sente raiva dele mesmo. Capelatto afirma que é comum ouvir meninos de rua dizerem: ‘‘Tio o senhor não imagina o prazer que dá ver o bacana tremer no cano do revólver. Nunca mais este metido vai ter prazer na vida e mata o sujeito.’’
Assim como todos os psicopatas, o invejoso não se relaciona através da afetividade, que baseada na relação de ausência/presença, por isso é incapaz de sentir prazer. Capelatto explica que se não há ausência não há prazer, por isso o adulto invejoso provoca a perda para sentir a falta. Por exemplo: ele ama demais a namorada, mas faz de tudo para que ela se afaste dele e então, na perda, ele sinta a falta e consequentemente o prazer.
Na inveja, a pessoa não deseja obter o que é do outro, mas sim destruir aquilo que é objeto de prazer do outro. ‘‘Por não sentir prazer, o psicopata começa a ter ódio do prazer que o outro tem e passa a ter seu prazer vinculado à destruição deste prazer.’’
(E.P.)