As equipes de resgate esperam conseguir helicópteros de salvamento amanhã para chegar até as vítimas no vale do Rio Save
área mais atingida. O governo estimou em 17 mil o número pessoas ameaçadas pela rápida subida do rio.
Funcionários do governo e voluntários, que enfrentam problemas como pontes destruídas e estradas alagadas em toda a região, não conseguem lidar com magnitude do desastre. Três semanas depois que as chuvas torrenciais começaram a castigar a áfrica Meridional - e quatro dias depois de o Ciclone Eline ter deixado um rastro de destruição - as tragédias ainda estão se desenrolando.
"Está chegando a um ponto inacreditável e vai ficar muito pior, disse Michelle Quintaglie, porta-voz do Programa de Alimentação das Nações Unidas.
Ao leste, do Oceano Indico, outra tempestade tropical está se dirigindo a Moçambique. A oeste, rios inundados em Zimbábue e na áfrica do Sul deverão deságuar em grande parte nos rios de Moçambique amanhã e na segunda-feira.
No Zimbábue, as inundações de ontem provocaram a queda de um ônibus de uma ponte, levando rio abaixo um número desconhecido de passageiros. Nenhum sobrevivente foi encontrado hoje, mas as equipes de resgate encontraram seis turistas perdidos de outro ônibus que havia sido levado pelas enchentes.
Filas de carros formavam-se hoje nos postos de gasolina na Zimbábue, onde a inundação impediu os caminhões de trazer combustível para o país, que está quase que praticamente ilhado. O número oficial de mortos até agora é 29 e deverá subir.
Na áfrica do Sul, partes da duramente atingida Região Norte - onde 76 pessoas morreram - estão sem possibilidade de receber ajuda e sem comunicação, informou o coronel da Força de Defesa Nacional Flip le Roux.
"Devem existir muito mais pessoas em perigo do que temos notícias, disse Le Roux a ministros de Gabinete que sobrevoaram as áreas atingidas. Rios transbordantes, pontes destruídas e estradas convertidas em rios são o cenário mais comum dessas áreas.
Em Malavi, país fronteiriço a Moçambique, tempestades destelharam casas, torres de energia e árvores destruíram colheitas. Não ainda nenhum registro de morte.
As estimativas do governo de Moçambique são de que mais de 200 mil pessoas estão desabrigadas - 70 morreram - um número que deve subir acentuadamente.
A resposta internacional para o pedido de ajuda do governo de Moçambique e das Nações Unidas já atingiu US$ 65 milhões e deverá crescer. O Banco Mundial anunciou uma ajuda contingencial de US$ 2,5 milhões para as vítimas das inundações.Por Mike Cohen Maputo, Moçambique, 26 (AE- AP) - As inundações continuaram hoje (26) a varrer a região central de Moçambique, atingindo centenas de povoados e ameaçando deixar milhares de pessoas ilhadas em árvores e nos tetos das casas.