A influenciadora digital Daniele Cavalcante Gonçalves, 32, vítima de uma tentativa de feminicídio a golpes de facão na noite da última terça-feira (9), está sofrendo crises de pânico. A informação é da advogada Mariana Amaral, que representa a vítima.

Apesar do quadro de saúde estável, os médicos apontam que ela vai precisar passar por novas cirurgias no braço. De acordo com Amaral, além do ferimento gravíssimo no braço, a influenciadora, que está internada no Hospital Universitário, quase perdeu o olho esquerdo por conta do golpe no rosto.

“Ela tem medo de que ele apareça e consiga matá-la. Nós não temos dúvidas de que o Gabriel foi para matá-la pela violência, pela força e pela forma dos golpes”, afirmou. Segundo ela, a jovem ficou sabendo sabendo nesta sexta-feira (12) que Gabriel Augusto Bermudes de Faveri, suspeito da tentativa de feminicídio, foi preso.

Ainda na sexta, Faveri passou por audiência de custódia. O juiz deu parecer favorável ao pedido de incidente de insanidade mental protocolado pela defesa. De acordo com Sérgio Barroso, advogado de Faveri, ele será transferido para o Complexo Médico Penal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Ele passará por exames psicológicos, que vão definir se ele vai permanecer internado no Complexo Médico Penal ou se vai ser transferido para uma penitenciária. Barroso afirma que ainda não há data definida para que Gabriel seja transferido para São José dos Pinhais para realizar os exames.

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Apesar do estado de saúde da influenciadora ser estável, ela deverá passar por novas cirurgias no braço por conta do ferimento. “O braço ficou todo despedaçado. A primeira cirurgia foi para tentar salvar o braço e agora eles [os médicos] vão fazer novos procedimentos para preservar as funções”, explicou. Além do ferimento no braço, a vítima quase perdeu o olho esquerdo por conta de um golpe no rosto.

Nesta sexta-feira, a deputada federal Silvye Alves (União-GO), compartilhou um áudio enviado por Daniele Gonçalves em que agradece o apoio recebido e diz que “Deus nunca a abandonou e não vai abandonar agora”.

Para Meire Moreno, integrante do Néias Observatório de Feminicídios de Londrina, o caso é considerado um crime de violência de gênero. Segundo ela, independentemente se existe um relacionamento entre a vítima e o agressor, o que a influenciadora sofreu foi uma tentativa de feminicídio. “O que temos certeza é de que mulheres continuam sendo vítimas de violência doméstica, familiar e crimes de ódio pela sua condição de mulher, por conta de uma estrutura machista, sexista e patriarcal, que ainda nos coloca em uma posição de inferioridade em relação aos homens”, afirmou.