Interdição teve repercussão nacional
Os policiais e promotores da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) que interditaram o galpão do Jardim Ipê, em São José dos Pinhais – Região Metropolitana de Curitiba – na madrugada de 1º de abril, acreditaram ter ‘estourado’ um depósito de veículos pesados roubados de várias regiões do País. A interdição ganhou repercussão nacional, dada relação direta com a procura de provas de que o empresário Paulo Mandelli comanda um forte esquema de desmanche de carros roubados.
O empresário, que sumiu de Curitiba com a família no dia 29 de março, tem mandado de prisão temporária decretado. Mandelli é acusado, junto com Joarez Costa França (o ‘‘Caboclinho’’), de comandar o roubo e o desmanche de carros e caminhões no Paraná, com a conivência e participação de delegados e investigadores da Polícia Civil.
As acusações partiram dos ex-policiais civis (que estão cumprindo pena por tráfico de drogas) Humberto Aparecido Terêncio e Gilberto Chagas Ramos, o ‘‘Marrom’’, durante a passagem da CPI do Narcotráfico pelo Paraná, no começo de março. Desde então, os promotores da PIC e a P2, estão buscando provas materiais para incrimiar ‘‘Caboclinho’’ e Mandelli.
O cerco aos dois se fechou na semana passada, quando, na quarta-feira (28 de março), a P2 apreendeu dois caminhões carregados com motores e peças de carros num posto de combustíveis no bairro Rebouças. Na dia seguinte, ‘‘Caboclinho’’ foi preso na casa dele e cinco desmanches de carros e caminhões e uma loja de autopeças usadas que pertenceriam a ele e Mandelli foram interditados.
No meio da semana que passou, a PIC proibiu o acesso ao galpão interditado em São José dos Pinhais, de caminhoneiros esperançosos de recuperar ou encontrar algum indício de seus veículos que foram roubados. Dezenas deles passaram a correr para o local depois que a notícia do ‘estouro’ do galpão vazou. A justificativa para a proibição, dada pelos promotores, foi a de que o movimento estava ‘‘atrapalhando os trabalhos da perícia’’.
Em momento algum admitiu-se a possibilidade de a interdição não ter passado de um equívoco. O promotor Vani Bueno, da PIC, se limitou a dizer, na sexta-feira, que o dono do galpão, Carlos Real informou em depoimento que somente emprestou o depósito para Paulo Mandelli. (R.B.N.)