Interdição teve repercussão nacional
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sábado, 08 de abril de 2000
Interdição teve repercussão nacional
Os policiais e promotores da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) que interditaram o galpão do Jardim Ipê, em São José dos Pinhais Região Metropolitana de Curitiba na madrugada de 1º de abril, acreditaram ter estourado um depósito de veículos pesados roubados de várias regiões do País. A interdição ganhou repercussão nacional, dada relação direta com a procura de provas de que o empresário Paulo Mandelli comanda um forte esquema de desmanche de carros roubados.
O empresário, que sumiu de Curitiba com a família no dia 29 de março, tem mandado de prisão temporária decretado. Mandelli é acusado, junto com Joarez Costa França (o Caboclinho), de comandar o roubo e o desmanche de carros e caminhões no Paraná, com a conivência e participação de delegados e investigadores da Polícia Civil.
As acusações partiram dos ex-policiais civis (que estão cumprindo pena por tráfico de drogas) Humberto Aparecido Terêncio e Gilberto Chagas Ramos, o Marrom, durante a passagem da CPI do Narcotráfico pelo Paraná, no começo de março. Desde então, os promotores da PIC e a P2, estão buscando provas materiais para incrimiar Caboclinho e Mandelli.
O cerco aos dois se fechou na semana passada, quando, na quarta-feira (28 de março), a P2 apreendeu dois caminhões carregados com motores e peças de carros num posto de combustíveis no bairro Rebouças. Na dia seguinte, Caboclinho foi preso na casa dele e cinco desmanches de carros e caminhões e uma loja de autopeças usadas que pertenceriam a ele e Mandelli foram interditados.
No meio da semana que passou, a PIC proibiu o acesso ao galpão interditado em São José dos Pinhais, de caminhoneiros esperançosos de recuperar ou encontrar algum indício de seus veículos que foram roubados. Dezenas deles passaram a correr para o local depois que a notícia do estouro do galpão vazou. A justificativa para a proibição, dada pelos promotores, foi a de que o movimento estava atrapalhando os trabalhos da perícia.
Em momento algum admitiu-se a possibilidade de a interdição não ter passado de um equívoco. O promotor Vani Bueno, da PIC, se limitou a dizer, na sexta-feira, que o dono do galpão, Carlos Real informou em depoimento que somente emprestou o depósito para Paulo Mandelli. (R.B.N.)