A conta do Instagram do GOA (Grupamento de Operações Aéreas) da Polícia Civil foi hackeada por criminosos na segunda-feira (7). Por meio do “Urubu do Pix”, os invasores tentaram aplicar golpes nos seguidores da página. Em nota, a assessoria de comunicação da corporação disse que a situação foi pontual e que obviamente não solicita dinheiro ou dados pessoais através das redes sociais.

Procurada pela FOLHA, a Polícia Civil informou que “a situação foi pontual e restrita ao perfil administrado por servidores do GOA” e que “instaurou inquérito policial para apurar os fatos”. A assessoria não disse se alguma pessoa foi vítima dos golpistas e quando tempo a conta ficou em posse dos criminosos.

Muito utilizado por golpistas nas redes sociais, o “Urubu o Pix” é um tipo de golpe em que a vítima faz uma transferência de determinado valor com a promessa de receber duas, três ou até mais vezes o valor enviado.

De acordo com Felipe Gomes, advogado especialista em proteção de dados, os golpistas se aproveitam do “desespero e ganância” para fazer vítimas.

Ele ressalta que o usuário pode ter uma conta de rede social invadida de diversas formas, seja por vírus, recuperação de senha nos aplicativos ou por meio de contato do golpista, que finge ser funcionário de rede social e pede um código que foi enviado por mensagem de texto ou e-mail.

Os usuários podem adotar alguns cuidados para minimizar as chances de ter uma conta nas redes sociais invadida. São indicadas senhas fortes e únicas, com o uso de letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais.

“Evitar o próprio nome, data de nascimento, nome da mãe e do pai e coisas do tipo, que são a primeira coisa que os criminosos tentam”, orienta. Outra medida é a autenticação de dois fatores, ferramenta que pode ser habilitada na maioria dos aplicativos. Com isso, além do nome de usuário e da senha, a pessoa também vai receber um código para comprovar a identificação. Também é recomendado limitar a privacidade das redes sociais, não clicar em links ou fazer o download de e-mails desconhecidos e manter o celular e os equipamentos atualizados com a versão mais recente do sistema operacional.

Segundo Gomes, caso a pessoa siga todos os passos, mas ainda assim tenha a conta invadida e sofra algum tipo de prejuízo, ela pode buscar responsabilizar a rede social. “[Caso a pessoa tenha a conta hackeada] é recomendado que ela faça o Boletim de Ocorrência para se proteger de um possível golpe que tenha sido praticado com a conta dela”, explicou.

No entanto, o primeiro passo é entrar em contato com o suporte da plataforma e, na sequência, comunicar pessoalmente ou por ligação telefônica amigos e familiares.

“A gente sabe que todas as pessoas têm a vida muito exposta na internet e que os nossos dados estão circulando de várias formas, então não há como nos protegermos 100%”, afirmou, acrescentando que essa foi uma das motivações para a aprovação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) em 2018.

Gomes ainda pontua que tudo o que foge da normalidade, como sites desconhecidos ou ligações de banco solicitando dados pessoais e do cartão, devem ser vistos com um sinal de alerta. “Existe uma política dentro das empresas de não entrar em contato com você solicitando esse tipo de informação, então é necessário tomar cuidado ao ser abordado dessa forma”, ressaltou.