Quinze índios xavantes ficaram feridos, quatro deles em estado grave, em razão do conflito pelo poder na aldeia São Marcos, em Barra do Garças (MT), envolvendo os caciques Aniceto Tsudzawere e seu sobrinho Orestes. No tumulto, ocorrido no final de semana, os índios usaram revólveres, facas e bordunas.
Os dois caciques disputam há quatro anos a liderança de 8 mil xavantes que moram em reservas localizadas nos municípios de Barra dos Garças, Nova Xavantina e Água Boa, extremo leste do Estado, na divisa com Goiás.
Pela tradição da cultura da etnia, o chefe da tribo deveria ser Orestes, filho do cacique Apuá, que morreu há dez anos. Mas, como Orestes era menor à época, explica a antropóloga Deise Marques, Aniceto, que é irmão de Apuá, assumiu o poder. A tribo, em pé de guerra, está dividida entre os dois líderes. Novos conflitos podem ocorrer a qualquer momento.
Os índios Tomaz, Serafim, José Maria e Nazareno, este último ferido à bala, estão internados em Goiânia (GO) em estado grave. Na administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Barra dos Garças, coordenada pelos próprios índios, ninguém comenta sobre o assunto.