Incêndio destrói Mercadão de Madureira, no Rio
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domingo, 16 de janeiro de 2000
Por Mônica Ciarelli
Rio, 16 (AE) - Um incêndio que começou ontem (15), por volta das 21h, e foi controlado hoje, às 11h, destruiu as 378 lojas do Mercadão de Madureira, o maior centro comercial popular do Rio de Janeiro. O fogo atingiu também duas galerias do prédio anexo e obrigou 200 famílias a deixarem suas casas. O incêndio, o terceiro dos últimos dois anos, começou em uma loja de brinquedos e se alastrou rapidamente.
O Mercadão funciona há 40 anos e responde por 40% do comércio do bairro. O subprefeito de Madureira, Paulo Tarso, informou que o centro arrecada cerca de R$ 1,5 milhão por mês em Imposto sobre Serviços (ISS). A maioria das lojas trabalha com artigos religiosos, de papelaria e tintas - produtos de fácil combustão.
Interdição - O fogo começou às 21h de sábado, quando o mercado já estava fechado e apenas os funcionários da limpeza permaneciam no local. As chamas atingiram dois prédios e uma vila vizinha ao centro comercial. A Defesa Civil interditou 132 apartamentos e condenou três das 32 casas da Vila Mário Pimpa.Os moradores não poderão retornar às suas casas até que a Defesa Civil faça um levantamento minucioso das condições dos alicerces dos prédios e também das casas na vila.
Um dos pilares do número 245 da Avenida Edgar Romero, em Madureira, foi esmagado. O piso do apartamento do comerciante Nilton Mônica cedeu, danificando a estrutura da sala e dos quartos. Ele calcula que apenas os prejuízos em móveis e eletrodomésticos quebrados sejam de R$ 3 mil.
O posto médico montado no local atendeu cerca de 30 pessoas, sendo 20 delas bombeiros com irritação nos olhos e intoxicação. Mais de 200 bombeiros e policiais participaram a operação de combate ao fogo.A principal reclamação dos moradores foi a falta de água, que, segundo eles, contribuiu para que o incêndio se alastrasse. Além de 47 carros-pipas, foi necessário também pegar água das piscinas do Madureira Esporte Clube.
Reinaugurar - O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, visitou o local hoje e se comprometeu a liberar recursos para reinaugurar o Mercadão até junho. Ele vai solicitar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Caixa Econômica Federal (CEF) a abertura de linhas de financiamento para os comerciantes. A prefeitura quer ainda que o Ministério do Trabalho crie um seguro-desemprego especial para os 12 mil funcionários do mercado. A estimativa é de que sejam necessários de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões para a obra.
