Um desabamento registrado no domingo (21) provocou a interdição de um restaurante e de um edifício residencial. Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. "Quem atendeu foi o caminhão da zona sul. Os vizinhos foram orientados a chamar as autoridades relacionadas à obra, a Defesa Civil e o engenheiro perito para ver se o prédio estava condenado ou não", afirmou o 1º tenente do Corpo de Bombeiros, Rogério Moreto de Jesus. "Depois que a guarnição chegou, isolou o local mais para evitar que ocorresse mais alguma coisa."

Haveria risco de um muro do prédio ruir, já que as escavações do terreno foram feitas muito próximas
Haveria risco de um muro do prédio ruir, já que as escavações do terreno foram feitas muito próximas | Foto: Gustavo Carneiro

Segundo o coronel Pedro Ramos, titular da Secretaria Municipal de Defesa Social, a pasta foi comunicada ainda na tarde de domingo a respeito desse desabamento. "Estivemos lá e preliminarmente a parte do restaurante foi interditada. Parte da área de lazer do prédio ao lado também (Parc Güell). Hoje [segunda, 22] voltamos com o engenheiro e foram feitos apontamentos de um laudo que deve sair em dois ou três dias, mantendo a interdição preliminar até que se tome providências em relação à área, principalmente para liberar o prédio do restaurante.", destacou.

O engenheiro Heleno Solano Rabello, servidor da Cohab-Ld (Companhia de Habitação de Londrina) e integrante da Defesa Civil, o corredor da garagem do edifício Parc Güell também precisou ser interditado. A síndica do condomínio, que fica ao lado do local do desabamento, ressaltou que há risco de um muro do prédio ruir, já que as escavações do terreno foram feitas muito próximas do muro.

"A construtora falou que obedeceu a distância de 1,5 metro do muro, mas tudo foi desabando e hoje o buraco já está rente ao muro do prédio. Se chover corre o risco desse muro cair", destacou Valéria Marques.

Além do muro, do piso e de três motos, uma câmara fria com uma tonelada de carne também foi abaixo, resultando em um prejuízo que ainda precisa ser calculado, mas que o proprietário do restaurante, Rozeval Landgraf, estimou em mais de R$ 500 mil. Landgraf afirma que chegou a avisar a construtora que estava realizando as obras no terreno vizinho de que a movimentação de terras estava afetando o seu imóvel.

Ele enviou fotografias com medições de trincas que estavam surgindo no restaurante. "Essas obras começaram há 60 dias e a gente media essas trincas com régua todos os dias. Ninguém se machucou, mas poderia ser bem pior, porque era uma área de descanso dos funcionários. Por sorte ninguém estava lá no momento", destacou.

A interdição do restaurante por tempo indeterminado também preocupa. "Não sei até quando vai ficar interditado. Talvez até o vizinho arrumar, mas não sei quando isso vai ocorrer. Acho difícil voltar a funcionar esse ano. Dezembro é um mês que a gente poderia faturar bastante. A gente está saindo de uma pandemia e o restaurante foi muito afetado", lamentou Landgraf.

O Crea -PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná ) informou que a parte documental da empresa e do responsável técnico está regular. O fiscal vai aguardar os relatórios da perícia da Defesa Civil ou de uma possível perícia particular e abriu um processo administrativo para apurar se houve imperícia, negligência ou imprudência por parte do responsável técnico. A reportagem tentou o contato com a construtora responsável pela obra, mas não conseguiu.