Os pedalinhos ainda não entraram em operação, e mesmo assim o lago Igapó é uma opção de lazer que foi bastante procurada neste início de ano em Londrina. O primeiro domingo do ano foi marcado por muitas pessoas que encontraram no lago artificial mais famoso da cidade o ambiente ideal para relaxar, seja tomando um caldo de cana ou uma água de coco comercializada pelos ambulantes da região, ou estendendo um lençol no gramado na companhia dos amigos para confraternizar com as pessoas.

No primeiro domingo do ano, banhistas de Londrina e da região transformaram o Lago Igapó numa praia democrática para  crianças, jovens e adultos
No primeiro domingo do ano, banhistas de Londrina e da região transformaram o Lago Igapó numa praia democrática para crianças, jovens e adultos | Foto: Vitor Ogawa

A opção de lazer não foi apenas dos londrinenses. A dona de casa Marilene Bento da Silva, 61, saiu de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) com a família para passar um tempo de lazer à beira do lago Igapó neste começo de ano. Ela relatou que é a segunda vez na vida que foi ao lago para se divertir. “Eu quase não saio de casa e é bom variar um pouco. Eu estou amando. Está fresquinho e está muito bom”, ressaltou. Ela aproveitou para tomar um copo de caldo de cana. “Eu estou amando, porque gosto de ver a água”, destacou.

Marilene Bento da Silva, 61 anos, veio de Cambé para passar o domingo no Igapó: "Está fresquinho e muito bom"
Marilene Bento da Silva, 61 anos, veio de Cambé para passar o domingo no Igapó: "Está fresquinho e muito bom" | Foto: Vitor Ogawa

O auxiliar de enfermagem Celso Luís Tarosso, 53, também aproveitou o segundo dia do ano para levar a família para se espreguiçar em uma manta estendida no gramado às margens do lago. “É prazeroso para a gente, após viver uma pandemia no ano passado. A vacina ajudou bastante e hoje podemos usufruir desta paisagem maravilhosa que é o lago Igapó”, afirmou. Ele foi acompanhado pelos sobrinhos e pela cunhada, que vieram visitá-lo. “Eles vieram de Campinas (SP). A gente fez questão deles conhecerem o Lago Igapó. É a primeira vez que vieram para cá. O pessoal deitou aqui um pouco e curtiu a sombra das árvores e apreciaram essa paisagem linda. É começar 2022 com o pé direito, com mais vacina no povo. O ano de 2021 foi muito triste. Perdemos muitas pessoas queridas. Foi uma luta grande. Minha esposa é vacinadora também. Graças a Deus chegamos até aqui”, declarou.

A família Tarosso, com parentes de Londrina e Campinas, preferiu o gramado às margens do lago
A família Tarosso, com parentes de Londrina e Campinas, preferiu o gramado às margens do lago | Foto: Vitor Ogawa

Um dos sobrinhos que veio de Campinas, o designer conversacional Carlos Eduardo Nunes Tarosso, 20, disse que o lago Igapó é muito lindo. “É um lugar para a família toda. É aconchegante. Em Campinas temos a Água do Taquaral, que é um espaço semelhante ao Igapó. 2021 foi um ano complicado e iniciar o ano com a família é muito bom e já nos faz iniciar com o pé direito e em um lugar maravilhoso como esse é ótimo”, apontou.

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TEM ATÉ 'CACHOEIRA'

Os vertedouros da barragem do lago se transformam em cachoeira no miolo da cidade em dias de verão
Os vertedouros da barragem do lago se transformam em cachoeira no miolo da cidade em dias de verão | Foto: Vitor Ogawa

O lago também reúne muitas pessoas que se refrescam nos vertedouros da barragem, como se fosse uma cachoeira. Há também aqueles que se aventuram do outro lado da barragem, se arriscando em uma área não recomendada pelos bombeiros para se banhar. O instalador de ar condicionado automotivo, Luís Antônio Brito Souza, 19, é um deles. Ele aproveitou o dia para dar um mergulho no lago Igapó. “Aqui é perigoso para quem não sabe nadar. Para mim não é perigoso”, ressaltou. “O único problema é sair com as escamas de peixe pelo corpo”, afirmou. “É refrescante. Melhor que ficar em casa”, declarou.

O cachorro Spike, levado pelo dono Leonardo da Rocha Piai Dias, também ganhou um mergulho no lago
O cachorro Spike, levado pelo dono Leonardo da Rocha Piai Dias, também ganhou um mergulho no lago | Foto: Vitor Ogawa

Há também aqueles que utilizam o espaço para passear com o animal de estimação. Leonardo da Rocha Piai Dias, 20, autônomo, trabalha com criação de pitbull. Ele levou o seu cão chamado Spike para dar um mergulho no lago. “Eu aproveitei e passei aqui no Igapó para ele dar uma refrescada. Nesse calor é bom.”, destacou. Ele afirmou que é bom se exercitar para começar o ano saudável.

PROJETO MASTERPLAN

O lago Igapó está incluído no projeto MasterPlan Londrina 2040, divulgado pela prefeitura de Londrina, que pretende transformar os fundos dos vales em parques lineares de lazer ao longo de toda a cidade de Londrina. Pelo projeto desenhado pelo Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), serão cinco parques lineares contemplando as bacias hidrográficas e mais de 80 cursos de água existentes na cidade. Cada parque levará o nome de sua bacia hidrográfica, no caso – Jacutinga, Lindóia, Igapó (Ribeirão do Cambé), Limoeiro e Cafezal. A inauguração da revitalização da Lagoa Dourada, na zona sul, é um exemplo da transformação desses espaços com o objetivo de proporcionar mais qualidade de vida, e explorar esses espaços ambientais preservados como novos ambientes urbanos sustentáveis.

O trabalho de desassoreamento e revitalização do lago Cabrinha também é um outro exemplo para transformar o espaço de lazer para os moradores da zona norte da cidade. O Parque Linear Lindóia, que abrange toda a zona norte e a extensão do Lago Norte, também segue a mesma linha. O projeto consiste na implantação de ciclovias, mobiliário urbano, parques infantis, quadras poliesportivas, e outros equipamentos de lazer ao longo de quilômetros beirando os fundos dos vales em todos os bairros.

A análise é que a revitalização e proteção dos fundos de vale geram um diferencial em relação a outros municípios que não realizaram a proteção desses espaços que ficam próximos de corpos de água e podem funcionar até como estratégia de marketing da cidade para atrair turistas ou novos investidores para a cidade, ao mesmo tempo em que valoriza os espaços para os atuais moradores da cidade. Além de serem um marco da paisagem urbana, muitos desses vales são afetuosamente apropriados pelos moradores.

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