De 2012 a 2017, o Brasil ganhou quase um milhão de idosos a cada ano, mantendo tendência de envelhecimento
De 2012 a 2017, o Brasil ganhou quase um milhão de idosos a cada ano, mantendo tendência de envelhecimento | Foto: Fotos: Anderson Coelho



Nos últimos cinco anos, a quantidade de idosos no País cresceu 18%, elevando para mais de 30,2 milhões de habitantes o número de brasileiros acima dos 60 anos de idade. De 2012 a 2017, o Brasil ganhou quase um milhão de idosos a cada ano, mantendo a tendência de envelhecimento populacional. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Característica dos Moradores e Domicílios, divulgada nesta quinta-feira (26).

Em 2012, havia 25,4 milhões de idosos no Brasil. De lá para cá, 4,8 milhões de pessoas entraram nesse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo. Segundo o IBGE, o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e se deve, basicamente, a dois fatores: o aumento da expectativa de vida decorrente da melhoria nas condições de saúde e a queda nas taxas de fecundidade, com a redução gradual do número médio de filhos por mulher.

Nos cinco anos analisados pela PNAD Contínua, o aumento de idosos foi observado em todas as unidades da federação, com maior proporção no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, onde a alta ficou 0,6% acima da taxa nacional, somando 18,6% do total da população fluminense e gaúcha. Na outra ponta, aparece o Amapá, onde o avanço do percentual de idosos foi menos acelerado, com 7,2% de crescimento. As mulheres são maioria expressiva entre a população nessa faixa etária, somando 16,9 milhões (56% dos idosos) ante 13,3 milhões de homens (44% do grupo).

ASSISTÊNCIA
O aumento expressivo de idosos, no entanto, não se reflete apenas no formato da pirâmide populacional brasileira. Ele traz consigo um desafio ao sistema público, especialmente ao setor de saúde. No ano passado, a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) lançou uma estratégia inédita no Estado. A Rede de Atenção Integral à Saúde do Idoso com uma proposta fundamentada na abordagem da fragilidade, respeitando as particularidades de cada um, com o objetivo de manter a qualidade de vida e autonomia da pessoa idosa. No Paraná, há mais de 1,6 milhão de idosos, o que corresponde a cerca de 14% da população geral.

A rede está em funcionamento em várias regiões do Estado, incluindo a 17ª Regional de Saúde de Londrina, e na 15ª Regional de Saúde de Maringá, foi implementado o projeto de um laboratório de inovações na atenção às doenças crônicas. "Hoje temos a inclusão de geriatrias ou médicos especializados em geriatria na atenção secundária. Isso já acontece em 12 ambulatórios de atenção especializada do Paraná", explicou a médica especializada em geriatria e assessora técnica da Divisão de Atenção da Saúde do Idoso da Sesa, Adriane Miró. Em Londrina, a referência é o Cismepar (Consórcio Municipal de Saúde do Médio Paranapanema).

A capacitação dos profissionais de saúde que atuam em unidades de atenção primária e secundária vem sendo feita gradualmente, segundo Miró, até que atinja todos os profissionais de todas as 22 regionais de saúde do Estado. A qualificação das equipes é direcionada para a avaliação abrangente e encaminhamentos estabelecidos em um plano de ação. "Esperamos sempre poder chegar antes que o problema se instale. A maioria dos idosos tem várias doenças crônicas que não vamos curar, mas controlar adequadamente com medicamentos e tratamentos específicos para cada indivíduo a partir dos 60 anos", comentou a assessora da Sesa. "Não estamos mais prevenindo doenças porque elas existem, mas a abordagem tem que ser individualizada."