A Prefeitura de Londrina fará a testagem em massa dos cerca de 600 idosos atendidos nas 21 instituições de longa permanência da cidade. A medida será adotada após solicitação do Ministério Público diante das oito mortes de idosos registradas em um dos asilos. Além deles, 418 funcionários e colaboradores que atuam nas instituições também farão os testes para identificar a contaminação ou não pelo vírus causador da Covid-19. Ao todo, 26 casos foram diagnosticados nestas instituições e cinco idosos permaneciam internados após terem sido contaminados pelo novo coronavírus.

Em entrevista coletiva realizada no início da tarde desta terça-feira (7), o secretário municipal da Saúde, Felippe Machado, informou que a "bateria" de testes terá início "possivelmente" já nesta semana por algumas instituições particulares, cujos idosos ainda não haviam sido testados. Em maio, 460 testes haviam sido disponibilizados pelo municípios às instituições conveniadas, explicou. Caso não seja possível atender à solicitação do Ministério Público já nesta semana, "seguramente" os testes serão disponibilizados nesta segunda-feira (13).

O objetivo da Secretaria Municipal de Saúde, afirmou Machado, é realizar quinzenalmente novas testagens nas instituições de longa permanência que registraram surtos da doença. Já segundo a secretária municipal do Idoso, Andrea Bastos Danelon, a pasta já possui uma relação com as principais informações das 1.018 pessoas, entre idosos e funcionários, que serão testadas, o que facilitará este trabalho. "Neste momento não existem funcionários ou idosos com sintomas nas instituições", assegurou a secretária.

O promotor de Defesa dos Direitos do Idoso, Miguel Sogaiar, afirmou que a medida preventiva é necessária para evitar novos surtos nas instituições. “Todas as medidas estão sendo tomadas para que a gente não tenha problemas nas instituições de longa permanência para idosos. A Secretaria de Saúde destacou uma médica para fazer o monitoramento de todas as instituições. Agora é proteger ao máximo os idosos. Essa é uma população muito sensível que precisa de muita atenção nesse momento da pandemia”, comentou.

Desde a identificação dos primeiros casos, o Ministério Público encaminhou várias recomendações que foram adotadas pelo município como a suspensão das visitas, a restrição da entrada de pessoas nas instituições e o controle na entrada e saída dos funcionários, além das medidas de prevenção para evitar a contaminação. Conforme o secretário, essas medidas serão mantidas.

A Prefeitura de Londrina possui 21 instituições de longa permanência, sendo três conveniadas e 18 particulares. Juntas, elas abrigam cerca de 600 idosos. As secretarias municipais do Idoso e da Saúde, o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e a Vigilância Sanitária monitoram a situação nas instituições.

Os testes já haviam sido disponibilizados para idosos e funcionários de três asilos conveniados. A instituição em que foram registradas as mortes funciona com restrições. Entre elas está a impossibilidade de receber novos idosos para serem abrigados no local. A promotoria também pediu a abertura de inquérito policial para apurar o que ocorreu.

Questionados na tarde desta terça-feira, os secretários afirmaram que o balanço de casos e mortes nas instituições de longa permanência continua em 26 e oito, respectivamente.