Um dia após anunciar a morte de um idoso de 94 anos que vivia em uma instituição de longa permanência e medidas mais rígidas de cuidados e vigilância, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que todos os 52 funcionários já fizeram teste e o resultado foi negativo. Assim como os 65 pacientes que viviam na unidade onde houve o óbito do senhor de 94 anos - cadeirante e com sequelas de AVC - acidente vascular cerebral. O número anterior informado era de 75 e foi corrigido na manhã deste sábado (23).

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. | Foto: Emerson Dias/N.Com

A prefeitura informou também que não houve óbitos em decorrência do novo coronavírus na cidade entre a noite de sexta e a manhã deste sábado. O número permanece conforme o boletim mais recente, 20 mortes. Na coletiva on-line realizada a sexta (22), o prefeito anunciou um plano emergencial para todas as instituições de longa permanência. Em Londrina, 580 idosos são abrigados nas três entidades conveniadas com a prefeitura - Asilo São Vicente de Paulo, Lar dos Vovôs e Vovós e o Lar Maria Tereza Vieira. As entidades contam com 410 funcionários. Existem ainda 18 casas de repouso particulares no município.

O idoso de 94 anos começou a ter sintomas respiratórios na segunda (18) e foi internado no HU (Hospital Universitário) na quarta (20). Ele morreu na madrugada de quinta (21) e o resultado do exame, que ficou pronto no dia seguinte, confirmou a doença. O paciente era cadeirante e tinha sequelas de AVC (acidente vascular cerebral).

"Temos tomado todas as medidas para evitar o avanço, mas a morte desse idoso nos preocupa e agora a Prefeitura vai fornecer os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) como aventais impermeáveis necessários e a Vigilância Sanitária irá intensificar o uso", explicou Belinati. Ele também explicou que os banhos poderão ser intercalados entre chuveiro e leito.

Também participaram da entrevista coletiva feita o secretário de Saúde Felippe Machado e a secretária do Idoso, Andrea Bastos Ramondini Danelon. Na unidade onde houve o caso de contaminação, são abrigados 75 pacientes e 52 cuidadores. De acordo com Machado, todos já foram submetidos a testes e 51 funcionários testaram negativo.

Danelon reforçou que desde o decreto 548 publicado em 13 de maio no Jornal Oficial do Município na última em 13 de maio, ficaram estabelecidas novas regras na rotina de instituições públicas e privadas que abrigam idosos em Londrina. A determinação visa impedir a propagação do novo coronavírus entre o público da terceira idade, que faz parte do grupo de risco da doença.

Desde então, as casas de repouso ficaram obrigadas a manter o distanciamento social recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e outras entidades sanitárias. As visitas passaram a ser permitidas somente em situações consideradas excepcionais, como atendimento médico, exames de urgência e emergência, aplicação de vacinas e casos atípicos que necessitem de análise da direção do abrigo.

"Criamos uma normativa oficial para as organizações que cuidam dos idosos na cidade. Precisamos considerar que essas pessoas, se infectadas, têm uma chance muito grande de morrer. A taxa de letalidade é altíssima, podendo chegar a 15%. Elas são frágeis fisicamente e carregam outros fatores que podem complicar ainda mais a saúde", disse a secretária do Idoso.

Segundo o decreto, o contato com os familiares será por telefone ou chamada de vídeo pela internet. "É uma forma de cuidar da saúde mental, até porque eles estão abrigados há mais de 50 dias. Precisa ter essa alternativa. Outra novidade é que quem foi internado a partir da última quarta-feira (13) deverá ficar isolado por duas semanas", afirmou.

Andrea Danelon explicou que, se a ordem municipal for descumprida, tanto o Conselho Municipal do Idoso quanto a própria secretaria serão os órgãos responsáveis pela fiscalização. Uma médica da Secretaria Municipal de Saúde foi cedida especificamente para orientar as instituições sobre os protocolos de prevenção à Covid-19.