Com a ocupação dos leitos SUS para Covid-19 acima da capacidade ideal de atendimento, ou seja, superior a 100%, a superintendente do HU (Hospital Universitário), Vivian Feijó, encaminhou um ofício ao prefeito Marcelo Belinati (PP) pedindo medidas mais restritivas para tentar frear o ritmo de contágio da doença em Londrina. Por causa da superlotação, o pronto socorro da unidade foi fechado por 24 horas na tarde desta quarta-feira (24). A medida vale até as 16h desta quinta-feira.

Imagem ilustrativa da imagem HU pede toque de recolher, lei seca e fechamento de bares para conter avanço da Covid-19
| Foto: Reprodução/AEN

Apenas casos suspeitos ou confirmados do coronavírus moderados ou graves devem ser encaminhados pelo Samu. No documento enviado à prefeitura, a direção do HU reconhece que o lockdown é uma alternativa "difícil de ser implantada pela condição social e econômica da região de Londrina, cuja compreensão e adesão da sociedade são complicadas. Porém, faz-se necessário que sejam tomadas medidas que tenham foco de evitar as aglomerações e proliferação do vírus".

Entre as determinações, o hospital pediu o toque de recolher das 23h às 5h, fechamento ou limitação de atividades de bares, casas noturnas, proibição de filas em calçadas desses estabelecimentos, suspensão de prática de atividades esportivas coletivas, manutenção da lei seca e das confraternizações familiares de no máximo 10 pessoas, revisão do horário de funcionamento do comércio de rua e shoppings e reavaliação do decreto que permite a abertura de igrejas e outros templos religiosos.

"Pelo cansaço da população em relação à pandemia, é preciso pensar em novas alternativas. Sem a adesão da sociedade, será impossível o seu controle. Necessitamos de no mínimo duas semanas de controle rigoroso por se tratar de período médio da incubação da doença. Com isso, conseguimos planejar e ganhar um fôlego no período pós-carnaval", escreveu a diretora no ofício.

Nesta quinta, o HU informou que a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria está em 117%. Já os de UTI adulto, o preenchimento é de 94% e 7% para o pediátrico. A FOLHA procurou o Núcleo de Comunicação para saber se a Prefeitura de Londrina vai se pronunciar a respeito do pedido da diretoria do hospital, mas não houve retorno.