O Hospital Infantil suspendeu por tempo indeterminado a realização de cirurgias eletivas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), aquelas que podem aguardar por mais tempo. A decisão foi tomada porque a ISCAL (Irmandade Santa Casa de Londrina), mantenedora da unidade, vem acumulando déficit financeiro. A suspensão, porém, não afeta os casos de urgência e emergência.

Imagem ilustrativa da imagem Hospital Infantil suspende cirurgias eletivas pelo SUS por tempo indeterminado
| Foto: Arquivo FOLHA

"Por mês, recebemos em média R$ 2,2 milhões por mês de um contrato que possuímos com a prefeitura. Ele prevê em torno de 500 internações, mas chegamos a mais de dois mil atendimentos. Isso extrapola o recurso previsto inicialmente. Em cinco meses, são mais de oito milhões a mais que precisamos arcar para manter o serviço", esclareceu o superintendente da ISCAL, Fahd Haddad.

Enquanto a entidade não encontra uma solução, os procedimentos cirúrgicos estão sendo remarcados. "O teto do SUS para Londrina está aquém do necessário, o que prejudica outros hospitais da cidade. Já fizemos uma reunião no Ministério da Saúde, onde pedimos um acréscimo desse valor. Estamos aguardando uma resposta", disse.

Por dia, três cirurgias eletivas pelo SUS são feitas todo dia no Hospital Infantil. A Santa Casa passa pela mesma situação. No final de outubro, a direção cancelou, também sem previsão de retorno, as intervenções pelo sistema gratuito de saúde. Fahd Haddad assegurou que, por enquanto, a medida será mantida.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, destacou que as dívidas com todos os hospitais de Londrina somam, aproximadamente, R$ 30 milhões referentes a atendimentos já prestados. Porém, há falta de recursos federais para efetuar os pagamentos.

“Estamos negociando os valores. Já estivemos com o Ministro da Saúde em duas oportunidades. Pedimos que o governo federal nos auxiliem e que recomponham o teto do SUS para o município. Nessa semana também solicitamos apoio emergencial do governo do estado. Eles não falaram em valores, mas reconheceram a importância da rede hospitalar de Londrina e pediram alguns dados para análise para ver de que forma poderão contribuir”, afirmou.

O município recebe do governo federal cerca de R$ 18 milhões por mês referente ao repasse do SUS. No entanto, conforme o secretário, seriam necessários mais de R$ 22 milhões por mês. (Colaborou Viviani Costa)

(Atualizada às 19h38)