Na sexta-feira (2), o secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, foi ao Hospital Evangélico para participar da cerimônia de entrega do certificado de boas práticas sanitárias para o Hospital Evangélico de Londrina, Hospital Universitário da UEL e Hospital do Coração de Londrina fornecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No Paraná, de 105 hospitais, sete foram agraciados com essa certificação e quatro deles são de Londrina. O HU de Londrina foi o único hospital Estadual, 100% SUS, a receber o certificado, e outros hospitais londrinenses alcançaram isso também. Entre os hospitais que alcançaram essa excelência estão o Hospital Erasto Gaertner - Curitiba; Hospital Municipal Zilda Arns - Curitiba; Hospital Ministro Costa Cavalcanti – Foz do Iguaçu; Associação Evangélica Beneficente - Londrina; Hospital do Coração Unidade Bela Suiça - Londrina; Hospital do Coração de Londrina Unidade Paes Leme - Londrina; e Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná - Londrina.

O Hospital Evangélico foi um dos quatro hospitais londrinenses a obter a certificação
O Hospital Evangélico foi um dos quatro hospitais londrinenses a obter a certificação | Foto: Allana Neris/Assessoria Hospital Evangélico

Priscila Casagrande, Gerente do NSP (Núcleo de segurança do paciente) / SCIH (Serviço de controle de infecção hospitalar) do Hospital Evangélico ressaltou que foi uma honra e um prazer imenso poder participar dessa cerimônia de entrega do certificado. "Prezando em manter as medidas de prevenção da Covid-19, infelizmente um número reduzido de pessoas pôde estar presente, porém gostaria de dizer que representei o comitê de crise institucional criado exclusivamente para o enfrentamento da pandemia, composto pelos profissionais mais empenhados, dedicados e competentes com quem já trabalhei", afirmou. Ela relatou que neste ano foram realizadas reuniões frequentes de acompanhamento do cenário a fim de garantir a qualidade no atendimento baseado em evidências aos pacientes e a segurança dos profissionais. "Represento também mais de mil colaboradores que direta ou indiretamente enfrentam o vírus e as consequências que ele nos trouxe diariamente. Desde março de 2020 todos nós enfrentamos muitos desafios e incertezas. Tememos pela falta de EPIs, pela falta de respiradores, falta de oxigênio, falta de anestésicos, falta de profissionais, falta de antibióticos, mas graças a Deus, a nossa equipe, a comunidade e parcerias firmadas com diversas entidades, em nenhum momento ficamos sem opções terapêuticas e nunca nos faltou absolutamente nada", destacou.

Ela relatou que a equipe teme também pela saúde financeira da instituição, já que os preços dos insumos aumentaram significativamente. "Tivemos que cancelar procedimentos cirúrgicos eletivos e, por não ser referência para Covid do SUS (Sistema único de saúde), nos tornamos referência para todos os outros pacientes graves da 17ª Regional de Saúde, mas mesmo assim recebemos, acolhemos e cuidamos de pacientes com a Covid-19 pela superlotação nos hospitais de referência da rede pública, sem distinção e em volume considerável", declarou.

Ela reforçou que sem dúvida o maior temor foi pelas próprias vidas, pelas vidas de seus familiares, das pessoas que amam, dos companheiros de trabalho e com a dor que vivenciaram no dia a dia dos pacientes. "Mas temos muito orgulho de dizer que vencemos, que conseguimos manter a excelência do atendimento, coroados com a manutenção de certificação do maior nível de acreditação. Saber que de mais de cem hospitais nós fomos um dos sete do Paraná a recebê-lo é uma conquista enorme enquanto segurança do paciente."

"Sem dúvida esse reconhecimento nos motiva a seguir em frente com a certeza que estamos no melhor caminho. Agradeço a diretoria pela confiança e respaldo que sempre nos forneceram.", reforçou Casagrande.

HU DE LONDRINA

Alexsandro Oliveira Dias, Enfermeiro e Gerente de Risco Hospitalar do HU de Londrina-UEL, reforçou que o HU historicamente tem investido em processos de qualidade e segurança do paciente desde 2002 com os diretores à época quando o HU integrou a Rede Sentinela. "Já são 19 anos de parceria com a Anvisa, participação das nossas equipes em cursos anuais junto a este órgão, curso de especializações dos profissionais na área de segurança do paciente, cursos internos das equipes e todo ano realizamos campanhas no mês de abril, que é o marco da lei de 2013 do Ministério da Saúde sobre a importância de instituir o programa de qualidade e segurança do paciente nas instituições de saúde. Conforme fomos melhorando a cultura de segurança, capitanear os dados produzidos foi uma tarefa relativamente simples porque todas as áreas já realizam os indicadores para diagnóstico e monitoramento dos seus processos de trabalho em prol da segurança do paciente."

Dias reforçou que o fator determinante parta obter a certificação foi "a união e a expertise de todas as áreas do hospital, a alta gestão, que não mediu esforços para implantar as melhorias contínuas, os investimentos na estrutura física, hotelaria hospitalar, governança e as capacitações das equipes de saúde e de apoio, pois as instituições de saúde se configuram como empresas com um alto grau de complexidade frente a tantos processos de trabalho inter-relacionados, que precisam estar alinhados para que o paciente receba o atendimento digno, com qualidade e segurança."

Ele acredita que o que diferencia o HU dos hospitais privados é que nos privados há uma rede externa de empresas acreditadoras nesta área. "Empresas estas nacionais e internacionais e a Anvisa realizando estas avaliações conseguem buscar com estas metodologias avaliativas dos serviços de saúde a validação e a certificação destes processos nos hospitais que são da rede SUS, dando veracidade e reconhecimento aos trabalhos realizados nas instituições de saúde, o que torna um desafio ainda maior aos hospitais públicos no investimento nesta área com toda a rede de colaboradores e assim criar e fortalecer esta política de segurança do paciente no cotidiano de trabalho." De acordo com Dias, o foco nestes processos são pautados no atendimento digno, humanizado e com qualidade e segurança. "Portanto todos estes fatores alinhados contribuem para que o paciente tenha a percepção do melhor atendimento em nossa instituição buscando a resolutividade e eficiência do seu caso."

HOSPITAL DO CORAÇÃO/GNDI SUL

Nicole Garcia, diretora médica responsável pelo GNDI (Grupo NotreDame Intermédica Sul), ressaltou que essa certificação das duas unidades do Hospital do Coração (a Unidade Bela Suíça e a Unidade Paes Leme) foi um grande reconhecimento em meio a um ano desafiador para todas as entidades. "A gente sempre trabalha com a questão de qualidade e segurança do paciente, bem como com a qualidade assistencial e para nós foi um grande reconhecimento, já que o ano de 2020 foi um ano bastante desafiador." Ela reforçou que tudo é fruto do esforço de toda equipe assistencial de todos os hospitais da filial. "Eu sou médica e posso dizer que foi um grande reconhecimento para toda equipe da ponta mesmo, que se dedicou durante todo esse tempo com os nossos pacientes. Isso envolve desde a identificação do paciente até questões que parecem ser simples, como a lavagem de mãos, até precaução de riscos de queda de lesão.", explicou Garcia. "E isso não é só na equipe médica, como na equipe de enfermagem e na equipe multidisciplinar que vem constantemente renovando conhecimentos e se certificando de que a gente cumpra essas boas práticas. É um processo de melhoria contínua."

"O programa de segurança do paciente é constituído por práticas que a gente considera básicas, e a capacitação e treinamento é constante. A educação continuada dentro das instituições de saúde é uma das premissas do grupo GNDI., apontou Garcia. "A equipe é da ponta mesmo, muito focada. A gente pode realmente assegurar a segurança e a qualidade assistencial, desde a prescrição de medicamento até as condutas de processos ao longo do tempo. São práticas que tiveram que ser intensificadas por conta do último ano da pandemia, que foi um cenário desafiador", expôs. O GNDI possui quase 30 unidades hospitalares no País, e na regional sul são sete hospitais: três em Curitiba, dois em Londrina e um em Maringá, no Paraná e mais um em Santa Catarina. De todos os hospitais da Regional Sul, apenas os dois de Londrina receberam essa certificação.