O homem de 56 anos que confessou ter assediado uma garota de 8 anos em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), não quis responder as perguntas da Polícia Civil durante depoimento. Segundo a delegada Waleska Souza Martins, da Delegacia da Mulher e do Adolescente, o suspeito apenas pediu para constar no termo de interrogatório "que tudo não passsou de uma brincadeira de mau gosto". Ele será indiciado por estupro de vulnerável, mas responderá em liberdade.

O abuso aconteceu na sexta passada em uma loja de variedades e foi filmado pelo câmeras do circuito interno. Segundo as imagens, a criança mexe em um brinquedo que está na prateleira e é surpreendida pelo toque do agressor em suas partes íntimas. O homem ainda olha para a vítima antes de sair do estabelecimento comercial.

"A menina falou para a mãe o que tinha acontecido. Ela fez boletim de ocorrência na segunda-feira (6) e já no dia seguinte conseguimos identificar o homem. Ele é de Curitiba, trabalha como caminhoneiro e compareceu acompanhado de uma advogada. Não quis falar nada ao ser interrogado, mas certamente deve ser processado pelo crime", disse a delegada.

Martins não se convenceu com a versão do acusado. "É um argumento muito frágil. Tocar uma criança não é brincadeira. Qualquer toque ou passada de mão como esse caso é crime", avaliou. O inquérito foi concluído nesta sexta (10) e encaminhado ao Ministério Público, que pode ou não oferecer denúncia.

A polícia acredita que o abuso sexual foi planejado. "Pelas nossas investigações, esse homem saiu de Curitiba para São José dos Pinhais já pensando em praticar esse crime. Ele não tinha motivo para estar aqui. Não veio visitar nenhum parente, por exemplo. Pesquisamos e não encontramos nenhum antecedente criminal."

A previsão do comércio estar aquecido com o Natal, para a delegada, deve ser razão de preocupação para os pais que saem com os filhos. "É importante sempre redobrar a atenção e nunca deixar as crianças sozinhas, sem alguém cuidando e olhando. Os abusadores estão aí, prontos para atacar", resumiu.

A advogada Patrícia Mesquita, que defende o caminhoneiro, informou que não poderia se pronunciar porque o processo corre em sigilo.