O fisiologista e farmacologista Haity Moussatché morreu ontem, no Rio, aos 88 anos, vítima de câncer. Ele era pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e um dos mais renomados cientistas em atuação no Brasil. Nascido em Smirna, na Turquia, Moussatché foi um dos inspiradores da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e integrou o grupo que planejou a criação da Universidade de Brasília (UnB).
O cientista será enterrado amanhã, às 12 horas, no Cemitério Israelita do Caju. Moussatché foi cassado e aposentado pelo governo brasileiro, em 1970, com outros nove pesquisadores. Voltou a trabalhar na Fiocruz em 1986 e reorganizou o Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da fundação.
Na Fiocruz, vinha desenvolvendo estudos sobre uma proteína isolada do gambá que tem uma atividade protetora contra venenos de cobras, o que seria um novo caminho para o desenvolvimento de soros antiofídicos. Moussatché era membro da Academia Brasileira de Ciências, da Federação Mundial de Trabalhadores Científicos e fundador da Sociedade Internacional de Toxicologia e da Sociedade de Biologia do Brasil.