São Paulo, 23 (AE) - O resultado do sorteio da chave da Grand Slam Cup foi como uma ducha de água fria para o tenista Gustavo Kuerten, que vem treinando bastante para melhorar seu desempenho em quadras rápidas. Ao receber a notícia de que terá de enfrentar o inglês Greg Rusedski - dono de um dos saques mais poderosos do circuito internacional - Guga sofreu um susto, parecia não acreditar que terá pela frente um dos mais fortes jogadores do mundo nas condições em que se disputa o torneio - superfície de carpete, muito rápida, em ginásio fechado. O jogo será apenas na terça-feira, dia de abertura da competição, quando também Fernando Meligeni estréia, mas diante de um jogador de estilo bem diferente: o equatoriano Nicolas Lapentti.
"Vou tomar ace até quando ele (Rusedski) não estiver sacando", ironizou o brasileiro. "Nestas condições, o favoritismo é dele." E, na realidade, o favoritismo de Rusedski não é apenas para a partida de estréia, mas para a conquista do título. A Grand Slam Cup, que deveria reunir os 12 jogadores de melhor campanha no Aberto da Austrália, Roland Garros,Wimbledon e US Open, está desfalcada de algumas grandes estrelas, como Pete Sampras - campeão de Wimbledon - Patrick Rafter e Todd Martin. E dos que restaram na chave, nenhum outro sabe jogar tão bem em carpete como Rusedski.
Os quatro primeiros cabeças-de-chave são Andre Agassi (campeão em Roland Garros e no US Open), Yevgeny Kafelnikov (campeão na Austrália) Thomas Enqvist (finalista na Austrália) e Andre Medvedev (finalista em Roland Garros). Estes quatro tenistas já saem uma rodada à frente, só estreando nas quartas-de-final, quando enfrentam, respectivamente, os vencedores de Dominik Harbaty x Tommy Hass, Gustavo Kuerten x Greg Rusedski, Fernando Meligeni x Nicolas Lapentti e Vince Spadea x Richard Krajicek.
A Grand Slam Cup completa dez anos e é o mais rico torneio do planeta, com total de US$ 6,7 milhões em prêmios para serem divididos em 12 homens e oito mulheres. Sua história, porém, está marcada pelo fato de jamais ter conseguido reunir todas as estrelas, sem exceção. Sempre um ou outro astro desistiram da disputa. Este ano Sampras e Rafter estão contundidos, mas Martin simplesmente não quis participar para poupar-se. No ano passado, Rafter também preferiu descansar, enquanto Krajicek aproveitou a data para uma cirurgia. Agassi, certa vez, disse que não participaria, pois não iria "se vender" aos milionários prêmios. Agora, é o cabeça-de-chave número 1 e maior estrela da competição.
Os jogos começam na terça-feira e só para entrar na chave o tenista embolsa US$ 100 mil. O título vale US$ 1,3 milhão, mas pode ter um bônus de outros US$ 500 mil se ficar nas mãos de um jogador que tenha ganho troféus do Grand Slam no ano.
Tanto a partida de Guga como a de Meligeni ainda não têm horário definido. Guga, 5º do ranking, e Rusedski, 6º, já se enfrentaram por três vezes, com vantagem de 2 a 1 para o tenista inglês.