Guerrilheiros do Hezbollah atacam soldados israelenses no Líbano
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sábado, 12 de fevereiro de 2000
Beirute, 12 (AE-AP) - Guerrilheiros do Hezbollah voltaram a atacar soldados israelenses no sul do Líbano neste sábado (12), um dia após o grupo matar mais um soldado israelense e ferir outro.
Funcionários de segurança contaram que os guerrilheiros utilizaram diversos mísseis TOW - fabricados nos Estados Unidos - contra um posto avançado em Bayyada, de onde é possível observar a cidade portuária de Tyre, distante cerca de dois quilômetros da fronteira israelense.
Não há informações sobre vítimas do ataque ocorrido às 13h45 locais, disseram autoridades que se expressaram na costumeira condição de anonimato.
Um comunicado do Hezbollah divulgado em Beirute informava que os guerrilheiros atacaram o posto avançado com foguetes e "armas próprias..., atingindo diretamente fortificações ali localizadas".
Autoridades israelenses disseram que o Hezbollah vem agindo com mais eficiência - matando sete soldados israelenses em menos de três semanas - por utilizar mísseis TOW, fornecidos aos guerrilheiros pelo Irã, que apóia as atividades do Hezbollah.
O ataque deste sábado ocorreu em meio a uma escalada de violência na última frente de guerra árabe-israelense ativa, com a aviação de Israel atacando três estações de distribuição de energia no Líbano e promovendo ataques diários contra supostos alvos da guerrilha no sul do Líbano.
Uma reunião de monitores internacionais cuja intenção era diminuir a tensão entre os dois países foi interrompida ontem, quando guerrilheiros assassinaram mais um soldado israelense e feriram outro em um ataque com foguetes, provocando o abandono da reunião por parte dos representantes de Israel.
O primeiro-ministro israelense Ehud Barak disse que retaliaria para vingar as vítimas mais recentes em seu devido tempo com "ataques muito severos no Líbano". Mas ele reafirmou sua promessa de retirar os soldados presentes no país vizinho até julho.
Destemido, o líder do Hezbollah prometeu mais ataques com o intuito de expulsar as forças israelenses da faixa ocupada no sul do Líbano.
"O bombardeio de infra-estrutura no Líbano não protegerá as tropas de ocupação (israelenses). Pelo contrário, os deixará mais expostos para sofrer novos e duros ataques", disse ontem o líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, a uma equipe de reportagem do jornal egípcio Al-Ahram.
Temendo novos ataques israelenses contra infra-estrutura civil
o primeiro-ministro libanês Salim Hoss apelou sexta-feira para a intervenção dos Estados Unidos e da França.
Em Damasco, o principal jornal estatal da Síria publicou que, sem o apoio dos Estados Unidos, Israel não teria ampliado o conflito no Líbano.
"Os líderes de Tel Aviv recusam-se a respeitar as resoluções do Conselho de Segurança (da ONU) e insistem em desafiá-las devido ao apoio ilimitado dos Estados Unidos", acusou o jornal Tishrin em um editorial.
O jornal se refere a uma resolução publicada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em 1978 segundo a qual Israel teria de retirar suas tropas do Líbano.