Grupo Orsa fecha compra das ações dos controladores do Complexo Jari
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quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
Por Maria Fernanda Delmas
Rio, 06 (AE) - O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Mauro Carneiro da Cunha, dissipou qualquer dúvida sobre a chance de a canadense Tembec disputar o controle do Complexo Jari, o polêmico projeto de celulose na Amazônia. Quem leva é o grupo brasileiro Orsa, que acertou a compra das ações dos controladores, os irmãos Mário e Guilherme Frering - donos da mineradora Caemi -, no dia 21.
O fechamento do negócio depende da anuência dos credores. Mas o comitê de credores, incluindo o BNDES, considerou a proposta "boa", disse Cunha.
A transação deve ser concluída este mês, prevê. Como o acordo com o Orsa ainda está na fase do protocolo de intenções, a Tembec vinha tentando comprar o Jari com a seguinte proposta: pagar US$ 150 milhões à vista para saldar parte da dívida total de US$ 350 milhões (valor calculado em 1997). A proposta da Orsa é pagar a dívida em 11 anos. Entre os credores, estão ainda os Bancos do Brasil (BB) e Bozano, Simonsen.
Cunha recebeu os canadenses hoje à tarde. Foram à reunião o consultor sênior da presidência da empresa, Robert Rae
outro representante da Tembec e um do Consulado do Canadá. "Eles vieram conversar sobre a proposta que já fizeram, eu expliquei o processo de venda do Jari e disse que quem resolve são os donos."
Eles haviam estado com técnicos do banco e enviado cartas sobre a proposta. Enquanto os canadenses falavam com o executivo, o diretor de Planejamento da Orsa, João Nicindo Roncati, participava de reunião na área operacional do banco, no sétimo andar. Roncati afirmou que não foi tratar de assuntos relativos ao Jari.