O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriu, nesta sexta-feira (24), 11 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e outros sete de intimação de medidas cautelares em Londrina, Ibiporã e Cambé, na região metropolitana. A operação Guanabara investiga a criação de uma associação criminosa para prática de contravenção penal de jogo de azar e corrupção ativa de agentes policiais.

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A base das atividades ilegais estaria localizada no jardim Guanabara, na zona sul de Londrina, onde foi preso um casal. Também houve um detido em Cambé e outro em Londrina, em bairro não informado. “É um grupo criminoso que fazia a exploração de jogos ilegais em Londrina e região, como jogo de bicho e bingo eletrônico. A operação visa coibir esse tipo de infração, principalmente a lavagem de dinheiro decorrente dessa prática”, destacou o promotor Leandro Antunes.

O dinheiro era “lavado” por meio de empresas fantasmas que teriam atuação na área de serviços. “Eles constituíram até mais de uma empresa que não existia de fato. Essas empresas eram utilizadas apenas para lavagem de capitais. Uma dessas empresas, por exemplo, possui diversos imóveis e sequer lançou notas fiscais nos últimos anos”, comentou.

Foram “sequestrados” seis imóveis em nome desta empresa, além de três veículos e dinheiro, que ainda está sendo contabilizado. Entre os investigados está um contador que, no exercício da atividade profissional, teria colaborado com os criminosos. “Ele teria auxiliado na constituição e na lavagem de dinheiro, passando orientação para o grupo sobre como esquentar contabilmente os valores que eram aferidos ilegalmente.”

Entre as medidas cautelares impostas aos investigados que não foram alvo de prisão estão o comparecimento mensal em Juízo, proibição de manter contato com os demais investigados e com as testemunhas, impedimento de frequentar locais em que a associação criminosa exerce suas atividades ilícitas e uso de monitoração eletrônica.

“(Os presos) tinham uma ação um pouco acessória, participavam da exploração do jogo do bicho, seja recolhendo valores, montando máquinas. Tinham função, mas não eram os líderes”, explicou. Os investigados podem responder por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e contravenção penal relacionada à exploração de jogos.

AGENTES PÚBLICOS

Segundo o promotor, o grupo receberia informações privilegiadas de policiais, que ainda não foram identificados. “Esta fase da operação visa coibir os exploradores dos jogos, mas isso não impede que nomes e a participação de policiais ou outros agentes públicos seja desvelada a partir da análise do material apreendido”, ponderou. Entre os objetos recolhidos estão celulares, computadores e documentos.

IMPERIUM

A ação desta sexta é um desdobramento da operação Imperium, realizada em maio de 2021 pelo Gaeco para desarticular uma organização criminosa do ramo de jogos ilegais que atuava em diversos municípios paranaenses e no estado de São Paulo. A partir de elementos probatórios recolhidos, na época, foi aberta a nova linha de investigação, em novembro de 2021, culminando na operação Guanabara.

As investigações da Imperium descobriram que a organização era composta por particulares e agentes públicos, que pagavam propinas a pelo menos um investigador da Polícia Civil, lotado na delegacia de Ibiporã, para que se omitisse nas ações de combate à exploração de jogos ilegais no município e em Jataizinho.

Atualizada às 13h37

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