Do lado de fora do Palácio Iguaçu, professores protestaram com carros de som, cartazes e palavras de ordem
Do lado de fora do Palácio Iguaçu, professores protestaram com carros de som, cartazes e palavras de ordem | Foto: Mariana Franco Ramos



Depois de ocuparem o hall de entrada do Palácio Iguaçu por duas horas na tarde de segunda-feira (18), diretores da APP Sindicato se reuniram com representantes do governo e Ministério Público em uma reunião de três horas de duração que terminou por volta das 20 horas desta terça (19). Os sindicalistas pressionaram o governo a derrubar o edital que prevê a redução de salário dos profissionais temporários contratados por meio do PSS (Processo de Seleção Simplificado).

Pela primeira vez, o secretário estadual de Fazenda, Mauro Ricardo, sentou à mesa com representantes da APP. Após a categoria criticar a distinção salarial entre efetivos e temporários e o secretário defender a medida em razão da questão orçamentária, a única definição da reunião, sugerida pelo secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, foi a da criação de um grupo de trabalho que será coordenado pela Seap (Secretaria de Administração e da Previdência) para analisar a situação.

Segundo a categoria, os vencimentos dos contratados pelo PSS terão diminuição de 13% a cada hora trabalhada em relação às últimas contratações.

A diretora da APP, Valquíria Olegari, disse que apesar de nenhuma decisão ter sido tomada, a reunião foi proveitosa. "Trazer o secretário de Fazenda para uma mesa não é pouca coisa. Ele nunca participa. Nós tivemos a oportunidade de mostrar que as previsões orçamentárias que ele fez não condizem com a realidade. Isso induziu o governo a erros. Mostramos que não é necessário reduzir o salário dos PSS", comentou. O presidente da APP, Hermes Leão, declarou que se a decisão de redução salarial for mantida, o compromisso de equiparação salarial do governo será quebrado.

Em entrevista recente à FOLHA, Rossoni garantiu que o diálogo com a APP é permanente, mas que o custo adicional para o pagamento da diferença reduzida pelo edital é de R$ 180 milhões. Ele disse que o governo precisa agir com a responsabilidade.

Enquanto transcorria a reunião, o clima era de expectativa do lado de fora. Um grupo de aproximadamente 200 pessoas protestava, com carro de som, faixas, cartazes e palavras de ordem. (Colaborou Mariana Franco Ramos)