Após sete dias de greve, os estudantes da UEM (Universidade Estadual de Maringá) suspenderam a paralisação e retomaram as atividades nesta quinta (16). Segundo o DCE (Diretório Central dos Estudantes), as principais demandas dos estudantes da UEM, como a redução da tarifa do RU (Restaurante Universitário) e a construção de uma moradia estudantil, tiveram o aval positivo da reitoria. A decisão ocorreu na terça (14), mesmo dia em que os professores, que exigem atualização do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) por parte do governo do Estado, decidiram suspender sua paralisação.

Antônio Nascimento, representante do DCE da UEM, disse que a luta dos estudantes agora deve seguir por outros meios, principalmente para que o que foi firmado com a reitoria seja cumprido. “A gente tem clareza de que só vai ser cumprido se tiver pressão dos estudantes e professores nos próximos meses para garantir a execução de tudo aquilo que foi colocado”, ressalta.

“Foi algo que uniu toda a comunidade. Tanto os estudantes quanto os professores se uniram nessa greve para pautarem os seus direitos, que são nada mais do que aquilo que está escrito em lei, mas que infelizmente não é cumprido na universidade”, afirma, pontuando que “certamente” haverá um nova greve caso o que foi combinado com os estudantes não seja cumprido".

Sobre as reivindicações dos estudantes, estava em pauta a construção de uma moradia estudantil e a redução do valor cobrado pela refeição no RU (Restaurante Universitário). Em relação às demandas, ele ressaltou que o DCE participou de uma reunião com o reitor da universidade, Leandro Vanalli, na semana passada, que sinalizou positivamente.

Nascimento reforça que a reitoria se comprometeu a cumprir a maior parte das exigências, como reduzir de R$ 5 para R$ 3,50 o valor das refeições no RU, previsto para começar a valer entre fevereiro e março de 2024. Sobre a moradia estudantil, a UEM deverá ter os recursos para dar andamento na construção a partir do início do ano que vem.

Outra conquista, segundo o DCE, foi a paridade dos estudantes nos conselhos universitários, como o Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), o CAD (Conselho de Administração) e o COU (Conselho Universitário), que determinam a maior parte das políticas internas da universidade. Segundo ele, a reivindicação foi aceita pela reitoria, que se comprometeu a fazer uma reforma estatutária para a redistribuição das cadeiras.

UEM

Por meio de nota, a UEM disse que a reitoria “recebeu os acadêmicos, ouviu suas reivindicações e assinou acordo um com os alunos, representados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), no sentido de assumir com a entidade compromissos que, na verdade, são demandas históricas da universidade para as quais a gestão da UEM já vem trabalhando para atendê-las”.

A instituição disse ainda que vem firmando o compromisso de atender as demandas dos estudantes na “medida do planejamento da UEM, com o apoio dos conselhos superiores”. O exemplo citado pela universidade é o do valor da refeição do RU, em que o reitor, Leandro Vanalli, “assumiu o compromisso de pautar o assunto, no início de 2024, quando a UEM estará operando com o orçamento elaborado pela atual gestão, para análise do Conselho de Administração (CAD)”.

A nota ainda diz que o “reitor entende que as pautas apresentadas pelos acadêmicos, capitaneadas pelo DCE, fortalecem a importância das demandas históricas da instituição” e que vai continuar trabalhando em conjunto com os estudantes e suas representações.