Marcos Zanatta
De Maringá
O Grêmio Maringá S.A, que segundo os dirigentes não tem nada a ver com os outros grêmios da cidade, está conseguindo ressuscitar o futebol profissional de Maringá e região. A torcida, confiante, começa voltar aos jogos. A média de público nas últimas partidas tem ficado em torno de 4 mil torcedores, considerada uma boa retomada diante dos times que surgiram nos últimos anos. No último domingo, na segunda partida da fase final da Copa Paraná, 6 mil torcedores assistiram a vitória do Galo sobre o Foz do Iguaçu. Hoje os dirigentes esperam pelo menos 10 mil pessoas para a final contra o mesmo Foz.
O Maringá Futebol Clube, uma tentativa do poder público de formar um time profissional na cidade, chegou a jogar para 50 ‘‘torcedores’’. A confiança no time veio dos resultados positivos nos jogos da Copa Paraná. Invicto até a primeira partida contra o Foz do Iguaçu na fase final da Copa Paraná, o Grêmio vem apresentando um futebol ‘‘confiável’’, garantem cronistas e torcedores. Mas o que importa para quem faz a divulgação do time, concordam todos, é o trabalho sério, a estrutura e o calendário que prevê a participação do time em outros campeonatos. Além do Campeonato Paranaense do próximo ano, o Grêmio S.A. pode participar da série C do Brasileirão e da Copa Sul-Minas, que vai reunir os melhores times de Minas Gerais e os estados do Sul.
Quem está por trás de todo esse trabalho é o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Rolim de Moura, que conseguiu reunir empresários de Curitiba e Maringá para retomar o futebol profissional da cidade. O futebol-empresa, segundo os dirigentes, tem dado resultados. O Grêmio S.A. além de formar o time está fechando uma parceria com a prefeitura para administrar o Estádio Willie Davids.
O time fica com o estádio por um período de dois anos e assume o compromisso de reformar o Willie Davids por completo. Uma vistoria de técnicos da CBF mostrou que o estádio precisa de novos refletores, melhorias nos vestiários, na arquibancada, mais segurança na portaria e ampliação da área de imprensa.
‘‘Dependendo do tempo que a prefeitura nos repassar o estádio vamos fazer uma reforma completa’’, diz o diretor financeiro do time, Sérgio Maximilan. Ele explica que o time está disposto a transformar a história do futebol profissional de Maringá, e que tem um projeto a longo prazo mas com busca de resultados imediatos.
O cronista esportivo Ananias Rodrigues, acredita no trabalho do Grêmio-empresa. Ele elogia o técnico Valter Zaparolli, que tem conseguido acertar o time mesmo contra equipes de maior destaque e tempo de existência. Mas comemora mesmo a volta do torcedor ao estádio.
Pelas contas de Rodrigues o crescimento da torcida foi de ‘‘4 mil por cento’’. ‘‘No máximo o Willie Davids recebia 400 torcedores nos últimos tempos de participação no campeonato, contra a média de 4 mil agora’’. Ele lembra que na última partida em casa, contra a Portuguesa Londrinense, foram mais de 5 mil torcedores.
‘‘Até camisas do time a gente vê pelas ruas, cena rara ultimamente’’, destaca. Ele acha que além das vitórias e do time ofensivo, o que o torcedor quer é um projeto, um trabalho de continuidade. ‘‘Como o Grêmio Maringá vem fazendo’’, diz.
Os torcedores também apostam no sucesso do novo Grêmio como empresa. O comerciante Francisco Veloso, dono do bar ‘‘Galo do Norte’’, próximo ao Estádio Willie Davids, diz que não perde uma partida quando o time joga em casa. Para ele, a torcida de Maringá está entre as maiores do Paraná, mas faltava time.
‘‘Quando o time é bom até torcedor da região vem para os jogos’’. Veloso conta que tinha uma turma de 10 amigos que não perdia uma partida, entre a década de 70 e 80.
Na época, lembra ele, o bar era frequentado por muitos torcedores. ‘‘Cheguei a ter quatro funcionários e hoje estou sozinho’’, mostra o bar vazio. O que dava mais ‘‘confiança’’ aos times da época ‘‘áurea’’, segundo o comerciante, era também porque os jogadores se mudavam e formavam famílias em Maringá. ‘‘Hoje é um rodízio muito grande de jogadores e o torcedor não chega nem a identificar o time de um jogo para outro’’, reclama.
Para o aposentado Hipólito Rodrigues, a torcida está dando um voto de confiança, mas o time tem que subir para a primeira divisão ‘‘para o torcedor lotar o estádio’’.Depois de conseguir destaque no cenário esportivo estadual, cidade está conseguindo ressuscitar o futebol profissional
Ossamu KandaEUFORIAReproduçãoNa decisão do título estadual de 1977 o Wilie Davids lotouOssamu KandaComerciante Francisco Veloso mostra pôster do time campeão em 77