O coletivo de grafiteiros Cap Style realizou no fim de semana (23 e 24) a pintura de painéis nos muros do Marista Escola Social Ir Acácio, na zona norte de Londrina. O objetivo da proposta é transformar os muros internos da escola em um grande museu a céu aberto com 20 painéis criados por 20 grafiteiros.

“A arte e a cultura são expressões artísticas que inspiram, e nada melhor do que promover aos nossos estudantes este momento de ver a arte ganhando vida nas cores, e ainda assim olhar a história do Instituto Marista e do próprio bairro onde vivem”, afirma Diego Oliveira de Lima, diretor da Escola Social.

Imagem ilustrativa da imagem Grafite retrata parte da história da zona norte de Londrina
| Foto: Vitor Ogawa - Grupo Folha

“A gente vem discutindo o papel da escola com a arte de periferia, analisando o aspecto social dentro do currículo da instituição. A ressignificação do espaço com o grafite passa por essa dimensão da arte da periferia. Há também o processo de reconhecimento dos alunos de reconhecerem a história da zona norte de Londrina, a fundação do bairro e da presença Marista neste bairro, neste momento em que a escola também passa por uma ampliação”, explicou o diretor Até o ano passado a escola comportava 400 alunos e a partir do próximo ano passa a atender 775.

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| Foto: Vítor Ogawa - Grupo FOLHA

Ele enalteceu que ressignificar o espaço na zona norte garante uma educação de qualidade. “É um conteúdo dialógico não só com os livros, mas dinâmico e que se transforma a cada dia com as pessoas que fazem a educação neste país”, afirmou Lima.

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| Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

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IMAGENS DIVERSIFICADAS

Carão Capstyle (Tadeu Roberto Junior) , coordenador do coletivo Cap Style, reforçou que a ideia das pinturas é falar um pouco da história da região e da escola. “As imagens escolhidas estão bem diversificadas. A gente fala sobre a população preta e índia da região, a gente fala da escola, do conhecimento, dos livros, do café e da feira livre na avenida Saul Elkind.” Uma das pinturas reforça também o aspecto de escola de circo da instituição.

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| Foto: Vítor Ogawa - Grupo FOLHA

“Tem uma história muito grande retratada nestes painéis. Eu posso falar por mim, já que aqui fica a primeira parede externa que pintei. Eu nasci e fui criado no Conjunto João Paz, aqui ao lado, e para voltar e fazer esse painel aqui dentro, organizando este evento do projeto Arte na Escola tem um significado muito importante por conta disso, de ter sido o grafite número um”, declarou o artista.

RESPEITO E VALOR

Para ele, retornar para o mesmo local em que fez o seu primeiro grafite 22 anos depois foi como ver a evolução dessa arte em Londrina. “Eu vejo que a população começou a assimilar melhor o grafite, pois no começo não tinha discernimento dele ou de qualquer manifestação artística semelhante. Hoje vejo que a população consegue diferenciar uma coisa da outra. Pelo meu trabalho percebo que mudou muito em termos de valor, não o monetário, mas de respeito.”

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| Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

GRAFITE É ACESSÍVEL

O coordenador do projeto Arte na escola sempre diz aos alunos que estão começando que o grafite é acessível, tanto para admirar e contemplar, mas também para praticar. “É acessível para todos. O grafite é o maior movimento artístico mais democrático do mundo. É feito em todos os continentes, e é encontrada em metrópoles como Nova Iorque e também em cidades pequenas. Em Londrina não é diferente. Aqui é uma cidade de vanguarda artística e tem sempre esta visão. Nós, do coletivo Cap Style, sempre tentamos sempre trazer o Festival de Graffiti e projetos como o Arte na Escola.”

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| Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Cada painel foi pintado por um artista. Além de Carão, participam outros membros do coletivo Cap Style: Huggo Rocha, Kenia Kuriki, Napa, Tiago Agu e Alisson Korneta. De fora de Londrina participaram Toddy e Santana, de Cianorte. "E tem os convidados que a gente sempre faz a seleção entre os inscritos pelo Instagram Arte na Escola", explicou.

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