Governo vai recadastrar proprietários de terras do Polígono da Maconha
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sexta-feira, 07 de janeiro de 2000
Por Hugo Marques
Brasília, 07 (AE) - O ministro da Política Fundiária e do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, anunciou hoje que o governo federal vai recadastrar todos os proprietários de terras da região conhecida como Polígono da Maconha, no sertão de Pernambuco. O governo vai ainda realizar, nos próximos dois meses, um levantamento fundiário em 450 mil hectares da região. Serão assentadas 1.500 famílias nas áreas expropriadas.
Segundo o ministro, será iniciada agora a segunda fase da Operação Mandacaru, com maior assistência aos agricultores da região. "Esses assentamentos devem funcionar como uma espécie de colchão social e institucional", disse o ministro, "voltado para alternativas ao plantio da maconha". Na primeira quinzena de fevereiro, todos os proprietários de terra da região irão receber, pelos Correios, uma convocação para fazer o recadastramento. O governo vem sugerindo às autoridades judiciárias que tornem mais rápido o processo de confisco de áreas onde foram encontrados plantios de maconha, com base na Constituição Federal. A última estimativa é que 79 áreas deverão ser expropriadas.
Jungmann pretende transferir seu gabinete para o sertão de Pernambuco dentro de um mês, quando vai anunciar recursos para o fortalecimento da agricultura familiar na região. O ministro vai anunciar a liberação de R$ 20,6 milhões do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) para os pequenos agricultores. Hoje, Jungmann teve uma reunião com o secretário Nacional Antidrogas, Walter Maierovitch, representantes da Polícia Federal, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Comunidade Solidária e Gabinete Institucional da Presidência da República, para discutir as novas ações no sertão de Pernambuco.
A intenção do governo federal é fortalecer a presença do poder público na região e acabar com a ação de narcotraficantes na área. Tudo tem sido encarado como um problema social e as autoridades envolvidas recomendaram que não houvesse agressões aos agricultores durante a Operação Mandacaru.