A discussão do PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salário) dos professores universitários do Paraná avançou nesta semana. Em nota divulgada na noite de terça-feira (5), a Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público) afirmou que o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, terá, na terça-feira (12), uma reunião na Casa Civil “para definição de uma minuta de proposta do novo plano de carreira docente, que vem sendo construído conjuntamente pelas instituições de ensino superior e governo”.

A Apiesp também disse que, no mesmo dia, Bona vai se encontrar com a associação para apresentar a proposta aos reitores. “Ainda na mesma semana, o professor Aldo Bona vai convocar reunião com os sindicatos para debater os termos da proposta, ampliando a discussão de forma resolutiva”, acrescenta.

Nesta quarta-feira (6), os professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) se reuniram em uma assembleia do Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Docentes da UEL) para debater os próximos passos da categoria. Hoje, a apresentação do PCCS é a principal reivindicação dos docentes do Paraná para tentar dar conta da defasagem salarial.

"O objetivo dos encontros é reunir informações para que, na sequência, o novo plano de carreira docente tenha a contribuição das equipes das reitorias e dos sindicatos, e que se possa chegar a um consenso que agilize o andamento e sua aprovação, um anseio que a comunidade acadêmica das sete universidades estaduais aguarda", completa a Apiesp.

Segundo o presidente do Sindiprol/Aduel, Cesar Bessa, a avaliação é que o movimento paredista ocorrido entre maio e junho deste ano teve papel importante no avanço do PCCS. Mas, ele alerta que ainda não há informações concretas sobre a contraproposta.

“O problema é que, de fato, nós não temos nada de concreto. Nós temos que esperar isso chegar em nossas mãos, discutir com a categoria e ver quais as ações que devem ser tomadas a respeito”, disse em entrevista.

Entre as mudanças que constam no plano inicial está um reajuste da ordem de 14,5% no piso salarial dos docentes. Mas ainda não há informações se o percentual será o mesmo no texto que será colocado na mesa pelo governo estadual.

Bessa também ressalta que a categoria tem “a confiança e a palavra do professor Aldo” de que os sindicatos das sete universidades estaduais serão convocados para apresentação da contraproposta.

DECISÕES

Em meio ao avanço na discussão do plano, os professores da UEL decidiram realizar uma nova assembleia na semana do dia 18 de setembro. A ideia é dar tempo para que o plano possa ser analisado e discutido pelos trabalhadores.

Uma proposta que surgiu durante os debates foi a de pautar, já nesta assembleia, a necessidade de retorno ou não à greve, de acordo com a análise do PCCS. O sindicato também reafirmou o desejo de uma audiência com Bona.

REPERCUSSÃO

Também em nota, o CEG (Comando Estadual de Greve) avaliou que a apresentação da proposta “é um passo importante, fruto, principalmente, da constante luta que as seções sindicais docentes vêm realizando há meses”.

“No entanto, manifestamos ainda a preocupação com a incerteza sobre a forma da proposta e a abertura para os docentes efetivamente negociarem, e não simplesmente aceitarem ‘qualquer proposta’. Lembramos a todos que, mesmo com a reposição de 5,79%, a defasagem salarial se mantém altíssima, na casa dos 35%”, diz o texto.

Ainda não há informações sobre assembleias em outras universidades estaduais.

(Atualizado às 16h)