Brasília, 12 (AE) - O governo pretende estender aos produtores de arroz o mesmo estímulo que anunciou ontem (11) aos produtores de milho: a realização de contratos de opção. Este mecanismo assegura ao agricultor o direito de vender o produto ao governo, caso os preços do mercado estejam abaixo do preço mínimo oficial à época da comercialização. A informação foi prestada hoje pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, após a cerimônia de posse no cargo.
A adoção de contratos de opção é o mecanismo que o governo encontrou para formar estoques reguladores ao mesmo tempo em que apóia a comercialização e estimula maior renda ao produtor. Espírito Santo disse que o governo não tem preocupação imediata em formar estoques de arroz, até porque ainda há um estoque de 840 mil toneladas do produto. Além dessa quantia estocada, disse que haverá um suprimento na oferta com um excedente de 1 milhão de toneladas de arroz provenientes da safra 2000/2001, dos países do Mercosul. "Queremos propiciar maior renda ao produtor", enfatizou.
Durante solenidade realizada no Ministério da Agricultura e na qual o ministro também deu posse ao novo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Antonio Carlos da Silveira Pinheiro (que sucedeu Espírito Santo na função), o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, enfatizou que a grande preocupação dele é propiciar maior renda ao produtor rural. "Não estou preocupado com previsões de safras porque, se houver renda para o agricultor, o aumento da produção será uma consequência", afirmou.
Tanto o ministro, como Espírito Santo e Pinheiro defenderam a modernização dos instrumentos de financiamento à agricultura. Pratini disse que a meta é substituir os empréstimos oficiais por recursos privados, provenientes de bolsas de valores. O novo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou que a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) será um importante parceiro no redesenho da gestão financeira da estatal. Ele afirmou que a gestão da Conab será centrada na redução do "custo Brasil", especialmente na diminuição do custo do frete e na consolidação de áreas produtivas nos corredores intermodais de exportação. Também pretende reformular a Lei de Armazenagm, que é de 1903 e está completamente ultrapassada.
Espírito Santo defendeu a criação do seguro rural, um mecanismo que considera vital para atrair investimentos externos na agricultura.
Segundo ele, as seguradoras privadas brasileiras ainda não perceberam a dimensão desse mercado. "As seguradoras privadas só operam em pequena escala na área agrícola e com pequena margem de risco", observou.
Com relação à quebra de safra na Região Sul, causada pela estiagem que atinge regiões que são fortes produtoras de milho e de feijão, Pratini disse que ainda não tem um levantamento que permita fazer uma avaliação real do estrago. Informou que estará reunido amanhã (13) com os prefeitos que integram a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), quando irá se inteirar da dimensão do problema e avaliar que medidas poderão ser tomadas para minimizar os efeitos da estiagem.