Guarujá, SP, 1 (AE) - O governador Mário Covas (PSDB) encerrou hoje, no Guarujá, o 44.º Congresso Estadual de Municípios, que reuniu 436 prefeitos durante sete dias. A novidade apresentada no encontro foi a disposição da União de rever as competências e responsabilidades dos três níveis de governo, por conta das exigências trazidas pelo processo de globalização.
A representante do governo federal no congresso foi Aspásia Camargo, principal assessora técnica do ministro-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira. Para Aspásia, cada vez mais cabe à União a formulação de políticas e estratégias, enquanto os municípios devem ficar com a execução, por serem o nível de governo mais próximo da população.
"O processo de globalização revelou que há políticas mundiais para determinadas áreas, como direitos humanos e meio ambiente, por exemplo", disse Aspásia. "Elas são assumidas pelo governo brasileiro, mas cabe aos municípios executá-las."
Consórcios - A assessora do ministro defendeu a atuação de consórcios regionais. "O exemplo das bacias hidrográficas é muito bom, com os municípios unidos na solução de problemas comuns das cidades."
No encontro, foi apresentada uma pesquisa do Ibope, com 2 mil pessoas, segundo a qual a população dá preferência aos serviços prestados pelas prefeituras. "A pesquisa não deixou dúvidas de que o prefeito é o agente político mais confiável, pela proximidade que tem com o cidadão", disse o presidente da Associação Paulista de Municípios, Celso Giglio.
Na mesma linha de defesa dos administradores, o presidente da Associação Brasileira de Municípios, Welson Gasparini, revelou que os prefeitos estão cansados de ser chamados de corruptos. "Há prefeitos e vereadores corruptos, como há corrupto em todas as demais atividades, mas a grande maioria aceitou a responsabilidade de disputar o cargo e de dirigir a comunidade com o objetivo de prestar serviço público."