GMs trabalham em prédio insalubre e com pouca ventilação, aponta fiscalização
No setor de manutenção das armas, agentes convivem com produtos químicos em ambiente que não é arejado
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 18 de abril de 2022
No setor de manutenção das armas, agentes convivem com produtos químicos em ambiente que não é arejado
Rafael Machado - Grupo Folha
Um relatório produzido pela Gerência de Segurança do Trabalho da Secretaria Municipal de Recursos Humanos encontrou uma série de irregularidades na estrutura da Diretoria Operacional da Guarda Municipal de Londrina. O prédio é alugado e funciona 24 horas por dia.
A vistoria foi motivada após ofício do Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina). A visita dos técnicos aconteceu em março, mas o resultado só ficou pronto neste mês. No documento obtido pela FOLHA, fiscais concluíram que "a ventilação é praticamente nula e insuficiente".

Um dos grandes perigos foi localizado no setor de manutenção das armas, onde os agentes podem inalar produtos químicos. "Não há respirador com filtro para o manuseio dessas substâncias, em especial o querosene, o que gera um forte odor no ambiente de trabalho e pode causar irritação respiratória", escreveram os servidores.
Nesta dependência, não há "chuveiro de emergência e lavador de olhos para as atividades de manipulação dos materiais. Ausência também de fichas de informações de todos os itens químicos utilizados".

Nos banheiros masculinos, os problemas são os mictórios desativados e a falta de local adequado para descanso dos guardas, que precisam improvisar em colchonetes e tatames instalados no chão.
Segundo a inspeção, "foram evidenciados níveis de ruídos desconfortáveis provocados por um compressor de ar instalado dentro do setor de reparos e manutenção dos armamentos".

A fiscalização identificou "fiação elétrica exposta que não atende os requisitos mínimos de proteção e segurança, o que traz riscos de choques elétricos e incêndio na edificação".
PROBLEMA REPETIDO
Em 2017, funcionários da Secretaria de Recursos Humanos foram ao mesmo espaço e sugeriram várias adequações estruturais, o que não teria sido acatado. O relatório estipulou prazos que variam entre 30 e 180 dias para que as reformas sejam feitas.
PREFEITO RESPONDE
Questionado na manhã desta segunda-feira (18) sobre o problema, o prefeito Marcelo Belinati explicou que não tinha conhecimento do teor da denúncia. Ele adiantou que os problemas só devem ser resolvidos na íntegra com a construção de uma nova sede para a Guarda Municipal. "Estamos vendo alguns terrenos ainda. Queremos tornar esse projeto em realidade até o final do mandato", comentou.

