Imagem ilustrativa da imagem Gleba Palhano e centro de Londrina têm maior incidência de coronavírus
| Foto: Roberto Custódio - 20/01/2020

A região sul de Londrina concentra a maioria dos casos confirmados de coronavírus em Londrina, com 38 positivações. Somente na área de abrangência da UBS (Unidade Básica de Saúde) que atende a Gleba Palhano são 30 casos. Em seguida vem o centro, com 18. Os números foram contabilizados até 22 de abril. A cidade chegou neste domingo (26) a 97 casos da doença, um a mais que sábado (25), com 13 óbitos.

Os dados foram repassados durante transmissão on-line nas redes sociais da prefeitura, na noite de domingo, pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e o prefeito, Marcelo Belinati. De acordo com Machado, os casos não têm relação direta entre si e o corredor de circulação viral no município está em 500 metros.

“São núcleos de pessoas que tiveram contato com a doença, com cada pessoa com uma história. Os casos da Gleba Palhano foram no início da pandemia, pessoas que estiveram fora do País, outros casos de profissionais de saúde. A ramificação começou a chegar nas periferias pela transmissão comunitária”, explicou.

A prevalência da doença na cidade está na faixa etária entre 40 e 59 anos, com 39 pacientes. Já a taxa de letalidade é maior entre os moradores com mais de 60 anos, representando 10 das 13 mortes. A prefeitura confirmou neste domingo, conforme noticiou a FOLHA na semana passada, que o percentual de letalidade em Londrina é superior ao do Brasil e do Paraná, com 13,5% contra 6,9% e 6,1%, respetivamente, em cálculo até sábado (25).

Todos os pacientes que faleceram tinham comorbidades associadas, muitos deles com mais do que uma. A comorbidade base que predomina é o diabetes, com sete pessoas, seguido das doenças cardiovasculares (2) e doença pulmonar obstrutiva crônica (2), e insuficiência renal (1) e hipertensão arterial severa (1). Oito homens e cinco mulheres perderam a vida pelo coronavírus.

Já o perfil dos indivíduos que precisaram de internamento aponta para maior necessidade na faixa etária entre 40 e 59 anos, com 19 pessoas. Ao todo, 43 pessoas precisam de internamento por conta da Covid-19, com 18 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 25 em enfermaria. “O tempo médio de internamento hospitalar é de 15 dias”, afirmou Felippe Machado. O percentual de ocupação geral dos leitos hospitalares, até sexta-feira (24), era de 61%.

A primeira confirmação da Covid-19 no município foi em 19 de março. O secretário de Saúde afirmou que a interrupção das atividades econômicas, com isolamento social ampliado, colaborou para o controle da curva. “Temos casos positivos em dias diferentes dos sintomas. Nos dados até 23 de março (com atividades funcionando), vínhamos numa crescente. No dia 19, por exemplo, foram dez casos com início de sintomas que se tornaram positivos. Depois do isolamento a média caiu para dois casos em vários dias”, exemplificou. “Se não tivesse a suspensão teríamos atualmente 3.934 casos”, acrescentou.

TESTAGEM

A Prefeitura de Londrina deverá ampliar a testagem para o novo coronavírus a partir desta semana. Por meio de parceria, o laboratório da UEL (Universidade Estadual de Londrina) vai fazer quatro mil testes, sendo 200 por dia. Os reagentes já chegaram. Além disso, o município firmou parceria com laboratórios privados e recebeu mais de dois mil testes rápidos do Governo Federal.

Desde o início da pandemia na cidade foram realizados cerca de mil testes. A expectativa do município, com o reforço, é que sejam promovidas mil testagens semanais. “Teremos quase dez mil testes a mais. Nossa estratégia vai mudar e vamos deixar de testar apenas quem está em estado grave para testar todos que tiverem sintomas respiratórios”, ressaltou o prefeito Marcelo Belinati. Atualmente, a incidência de teste por milhão de habitante em Londrina é de 1.641. No Paraná é 824.

COLABORAÇÃO

O chefe do Executivo municipal voltou a pedir a colaboração da população no cumprimento das regras de prevenção e combate à Covid-19. De acordo com Belinati, isto será primordial para as decisões a serem adotadas. “Não tem como o poder público estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Então, precisamos da ajuda de todos. Todas as decisões - como abrir ou não comércio - são baseadas em dados epidemiológicos, com ressalva da necessidade de ampliar as medidas de segurança. Se as pessoas não ajudarem, fica difícil.”