Londres, 17 (AE-DOW JONES) - A Glaxo Wellcome e a SmithKline Beecham, ambas com sede no Reino Unido, anunciaram um acordo de fusão para formar o maior grupo farmacêutico do mundo, com um valor de mercado de 114 bilhões de libras esterlinas (US$ 187 bilhões), vendas anuais conjuntas de US$ 25 bilhões e um orçamento para pesquisas de US$ 4 bilhões. Juntas, as duas companhias terão cerca de 7,3% do mercado farmacêutico mundial.
A fusão ocorrerá por meio de uma troca de ações de US$ 75,9 bilhões, com os acionistas da SmithKline recebendo 0,4552 ação da nova companhia. Com isso, a SmithKline terá 41,25% da Glaxo Smithkline, o nome escolhido para a nova empresa. Os investidores da Glaxo trocarão seus papéis na proporção de um por um e terão 58,75% do laboratório resultante da fusão.
Segundo a direção das empresas, a união gerará uma redução de gastos de aproximadamente 1 bilhões de libras esterlinas a partir do terceiro ano de conclusão do acordo, sendo que desse total 250 milhões de libras esterlinas serão realocadas em pesquisas e desenvolvimento.
As companhias informaram que as demissões entre os 107.000 funcionários das empresas "serão inevitáveis", mas ressaltaram que ainda é cedo para concluir quantos postos serão cortados. A nova empresa terá Londres como sede, além de uma base operacional nos Estados Unidos.
Jean-Pierre Garnier, atualmente o segundo na estrutura da SmithKline, foi o escolhido para dirigir a nova companhia. Garnier assumirá o cargo de diretor executivo, enquanto o presidente da Glaxo, Richard Sykes, atuará como presidente não-executivo.
A proposta de fusão ainda será avaliada por órgão reguladores do mercado. Há dois anos, as conversas da Glaxo com a SmithKline fracassaram em razão da discordância do executivo chefe Jan Leschly em torno dos procedimentos de ger enciamento da empresa.
Com a saída de Leschly prevista para abril, as conversas foram retomadas. A Glaxo SmithKline terá como líderes de venda os medicamentos Seroxat/Paxil, um anti-depressivo, e Augmentin, que combate infecções, ambos desenvolvidos pela SmithKline.
O carro-chefe da Glaxo, de acordo com dados de 1998 divulgados hoje, continuou sendo o Zantac, uma droga usada no tratamento de úlceras.