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Geral 5m de leitura

Galinhas-d'angola contra escorpiões

ATUALIZAÇÃO
04 de novembro de 2018

Edson Neves<br>Reportagem Local
AUTOR

As galinhas devem ser soltas no residencial quando se adaptarem ao novo ambiente



Há cerca de duas semanas um condomínio na zona leste de Londrina tem quatro novos e peculiares moradores: galinhas-d'angola, que serão usadas como predadoras naturais de insetos e animais peçonhentos que vivem por lá, como aranhas, baratas e escorpiões. A estratégia é utilizada em diversos estados brasileiros - como Minas Gerais, São Paulo e Bahia - e agora ganha espaço na cidade.

A síndica do residencial, Alda de Abreu, conta que funcionários do condomínio começaram a encontrar uma grande quantidade de animais peçonhentos vindos de uma mata aos fundos do empreendimento. "Muitas aranhas ficam andando próximas à piscina; imagina o perigo para as crianças", observou, dizendo que mesmo com a aplicação de veneno a reclamação dos moradores continuou.

A possível solução veio de Minas. "O nosso diretor social foi visitar uma parente em Minas Gerais e viu que no condomínios de lá têm essas galinhas, que acabam comendo os insetos e animais peçonhentos. Então resolvemos trazer a ideia para cá", explica. "O veneno deve ser usado agora mais contra as formigas, e as galinhas para combater os animais peçonhentos", detalha a síndica do residencial Bella Vittà, no Jardim Montecatini.

Cada galinha custou R$ 70. Por enquanto, elas ficam em um espaço delimitado e ainda estão presas. Devem ser soltas depois de um mês, quando se adaptarem ao novo ambiente e assim começarem "o serviço" no residencial. A alimentação é simples: água e milho. A intenção é que a "caça" aconteça enquanto o dia estiver claro e que o toque de recolher aconteça quando o sol se pôr.

A síndica também não descarta aumentar a galinhada. "Eles se reproduzem muito rápido. Quanto mais tivermos, melhor. Somente nestes dias, foram oito ovos. Mas um lagarto invadiu e acabou comendo. Também é uma preocupação nossa de proteger os filhotes", relata.

CRIAÇÃO
Claudecir Honório Bertola é criador de animais há 10 anos. Ele mora em São Sebastião da Amoreira (Norte) e vende suas galinhas-d'angola para lojas e moradores de Londrina e região. Na sua propriedade, ele vende as galinhas menores por R$ 30 e as adultas por R$ 50. Ele conta que só em 2017 comercializou quase 300. "Até os três primeiros meses o cuidado delas é diferenciado. Depois que crescer, fica mais fácil de manter."

O funcionário de uma loja de produtos veterinários no centro da cidade disse que as galinhas-d'angola vivem, em média, sete anos e a população tem procurado pelos bichos com o mesmo propósito. "São aves rústicas e de fácil criação. Muita gente vem aqui comprar para recriar e também como um predador", resume. Além disso, ele explica que a relação das galinhas com animais domésticos, como cães e gatos, é boa. "Elas interagem bastante tanto com outros animais quanto com os seres humanos, além de servirem como um 'alarme' quando alguma pessoa estranha chega no local", observa.

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