O Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), por meio da promotoria da auditoria militar, ofereceu denúncia por prevaricação contra dois policiais que teriam se omitido da função de fiscalização e recebido propina para permitirem festas clandestinas durante a pandemia em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina). A denúncia foi protocolada na última sexta-feira (26) na Vara de Auditoria Militar.

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco oferece denúncia contra PMs que 'blindavam' festas clandestinas em Ibiporã
| Foto: Arquivo FOLHA

Segundo a denúncia, um policial militar de Ibiporã teria sido contratado no dia 11 de abril para 'blindar' um festa clandestina em um espaço de eventos. O agente mantinha contato pelo aplicativo WhatsApp com outro policial que atendia no Copom, pelo 190, solicitando que ele não mandasse viaturas para atender as ocorrências de denúncias contra a festa ilegal. Ou seja, ambos deixariam de cumprir a função de impedir a realização de evento em desacordo com as medidas sanitárias de enfrentamento à pandemia.

Com autorização da Justiça, a promotoria teve acesso aos áudios da tratativa. Em um dos trechos o PM que atendia pelo Copom afirmou ao policial que estava no evento clandestino que poderia ficar “sossegado”, pois diante de eventual solicitação “cancelaria” o atendimento, demonstrando que sequer enviaria uma equipe policial.

Pela infração penal, o MP pede a perda dos cargos e funções ocupados pelos denunciados. Os promotores do Gaeco Jorge Barreto, Leandro Antunes e a promotora Kelly Caldeiras ainda pedem que a Justiça estabeleça uma multa em vista da gravidade para toda a coletividade em meio à grave pandemia da Covid-19.

A FOLHA não conseguiu contato com os policiais. No sistema do Judiciário, os réus não possuem ainda advogados constituídos oficialmente. O tenente-coronel Nelson Villa, comandante do 5º Batalhão da PM, informou que não teve acesso a denúncia, mas disse que a PM 'não coaduna com qualquer indício de irregularidade'. Ele também aponta que oferecimento da denúncia é a demonstração da 'seriedade, celeridade e rigor com os quais a polícia militar trata os indícios de irregularidades, seja quais forem.'