Um investigador de 37 anos foi afastado do serviço por ter interceptado uma ligação de forma clandestina. A ordem judicial é da 5ª Vara Criminal de Londrina. O grampo ilegal teria sido pedido ao policial civil por dois advogados, que queriam rastrear a ex-mulher de um deles. Por ter praticado a irregularidade, o servidor também responde por violação qualificada de sigilo funcional.

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco investiga policial por interceptação clandestina para esquema criminoso
| Foto: Arquivo FOLHA

Nesta terça-feira (24), a Corregedoria da Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apreenderam documentos e o celular do investigador, que não deve exercer a função por pelo menos quatro meses. O prazo que pode ser ampliado. Além disso, ele não poderá entrar em repartições do órgão ou manter contato com testemunhas do processo.

"Pelos indícios levantados até o momento, esse policial civil não recebia propina para interceptar clandestinamente a mulher. Mas é claro que tudo ainda será aprofundado. Um dos advogados estava em processo de separação da esposa e queria saber informações sobre ela", ressaltou o promotor Jorge Barreto, coordenador do Gaeco. O Ministério Público apenas informou que o investigador trabalha no Norte do Paraná. Para ter acesso aos dados, o investigador aproveitou duas operações que estavam em andamento na Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) de Londrina.

Os dois advogados são antigos investigados pelo Gaeco. Eles estariam envolvidos em um esquema de cobrança de propina de outros policiais civis, que pediam os valores para não avançar nas investigações contra os clientes dos defensores. A suspeita fez com que cinco investigadores, da 10ª SDP, fossem afastados. O grupo é acusado de associação criminosa, corrupção ativa e passiva.