Gaeco cumpre mandados em cadeias da região
Ação prendeu suspeitos de crimes como tráfico de drogas e adulteração de bebidas. Comando era feito de dentro de carceragens
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Ação prendeu suspeitos de crimes como tráfico de drogas e adulteração de bebidas. Comando era feito de dentro de carceragens
Jéssica Sabbadini - Especial para a FOLHA
O Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriu 19 mandados de prisão temporária de suspeitos de integrarem uma organização criminosa na manhã desta terça-feira (17). O foco da investigação foi o município de Bandeirantes, mas suspeitos também foram presos em outras cidades. Houve cumprimento de sete mandados em prisões da região de Londrina e em Presidente Venceslau (SP).
Os detidos são suspeitos de envolvimento com crimes de associação para o tráfico, tráfico e fabricação, adulteração e venda de bebidas alcoólicas, além da prática do crime de tortura.
A investigação é encabeçada pelo Gaeco e conta com apoio da Promotoria de Justiça de Bandeirantes, do 18° Batalhão da Polícia Militar e da Polícia Penal do Paraná.
O promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, coordenador do Núcleo de Londrina do Gaeco, explica que a investigação dessa organização criminosa começou ainda em 2022 após a apreensão de um celular durante uma operação policial em Bandeirantes. Com a quebra do sigilo telefônico, algumas informações extraídas serviram para embasar o início da investigação.
“A investigação apontou novas pessoas que estariam reunidas para cometer crimes e como resultado dessa quebra de sigilo [telefônico] e dessas novas informações foram solicitadas medidas cautelares de prisão preventiva e de busca e apreensão”, explicou.
Segundo ele, os crimes apurados são de organização criminosa, associação para o tráfico, tráfico e fabricação, adulteração e comercialização de bebidas alcoólicas. Os suspeitos também são investigados por crimes patrimoniais e lesão corporal grave cometida por integrantes dessas organizações contra outros membros que descumpriram ordens. “Ou seja, a título de punição, talvez até mesmo tortura, mas isso ainda é objeto de investigação”, ressaltou.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em Bandeirantes, Andirá, Rolândia, Cornélio Procópio, Londrina e Presidente Venceslau. Dois foram cumpridos em cadeias públicas de Bandeirantes e Cornélio Procópio e outros três nas unidades 1 e 3 da Penitenciária Estadual de Londrina, além de outros dois em presídio em Presidente Venceslau, resultando em sete mandados de prisão de pessoas já privadas de liberdade.
“Com a prisão [dos suspeitos] e a apreensão de celulares, documentos e outras informações, a ideia é comprovar acima de qualquer suspeita a prática dos crimes”, reforçou Barreto.
O promotor não descarta que outros possíveis envolvidos sejam identificados no decorrer da investigação. “O objetivo agora é reforçar aquilo que já foi produzido de prova, apontar as responsabilidades de cada um e identificar outros envolvidos que até o momento tenham escapado dos olhos das autoridades policiais e judiciais. (...) Também há um braço no sentido de identificar valores e bens móveis e imóveis que tenham sido, porventura, adquiridos com dinheiro do crime para, na sequência, sequestrá-los, bloqueá-los e revertê-los em favor do Estado”, afirmou.