Rio de Janeiro e São Paulo - Ao menos 78 pessoas, incluindo duas crianças, morreram devido ao forte temporal que atingiu na tarde desta terça (15) a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, causando inundações, enxurradas e deslizamentos.

Imagem ilustrativa da imagem Fortes chuvas matam ao menos 78 pessoas em Petrópolis
| Foto: Florian Plaucheur/AFP

Até a tarde desta quarta (16), a Defesa Civil Municipal contabilizou 325 ocorrências: 269 deslizamentos de terra e 56 desabamentos e quedas de muro e árvores. As equipes ainda trabalham nos resgates, pois há grande dificuldade de acesso em alguns locais.

No total, 439 pessoas estão sendo acolhidas em 33 escolas públicas do município. O governo do estado também informou que 21 pessoas foram salvas com vida e que um hospital de campanha com dez leitos foi montado para oferecer os primeiros atendimentos.

A tragédia acontece na mesma região onde, onze anos atrás, ao menos 918 pessoas morreram em outra tempestade de verão, numa das maiores catástrofes do país. Até hoje há divergências no número de desaparecidos, e casas interditadas voltaram a ser ocupadas.

De acordo com as autoridades, choveu nesta terça em apenas seis horas (260 mm) o equivalente aos últimos 30 dias (272 mm), e ainda deve chover mais. A previsão para a cidade é de pancadas moderadas isoladas durante a tarde e a noite, e de chuva forte na quinta (17) e na sexta (18).

No dia anterior ao temporal, a Defesa Civil do Rio de Janeiro recebeu um alerta da possibilidade de deslizamentos pontuais na região. Segundo Paulo Artaxo, professor titular do Instituto de Física da USP, o governo estadual deveria ter evacuado a cidade.

A prefeitura decretou estado de calamidade pública e luto oficial por três dias, estando ainda em alerta máximo.

Moradores relatam que, após o temporal, encontraram um cenário de guerra nas ruas de Petrópolis, com muita lama, casas destruídas ou alagadas, ferro retorcido e carros amontoados ou destruídos. Famílias passaram a procurar seus parentes e amigos nas ruas e hospitais, além de divulgarem fotos nas redes sociais.

Os corpos começaram a ser retirados durante a madrugada, depois que o nível da água baixou, mas ainda não havia certeza sobre o número de desaparecidos. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros está recebendo quem busca informações sobre familiares, e o Instituto Médico Legal (IML) local trabalha para identificar as vítimas encontradas.

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