A defesa do homem acusado de mandar matar a mãe, a empresária Maria Madalena Vieira, 60 anos, no dia 19 de maio de 2017 na região norte de Londrina, afirma que a denúncia do Ministério Público e também os relatórios policiais anexados ao inquérito tem muitas inconsistências e questões que não foram respondidas pela Polícia Civil.

.
. | Foto: Gustavo Carneiro

"Não há nenhuma prova concreta da participação do acusado e foi criada uma peça teratológica para incriminar o filho da vítima. ", frisou o advogado de defesa, Lucas Araujo Pünder.

A empresária foi morta ao descer do seu carro para abrir o portão da chácara da família, no conjunto Farid Libos, com vários disparos de pistola 9 milímetros. O inquérito policial foi encaminhado ao MP em abril e mostrou que o filho, hoje com 40 anos, teria arquitetado o assassinato da própria mãe.

LEIA MAIS SOBRE O CASO:

Filho mandou matar a mãe em Londrina para ficar com herança, diz Polícia Civil

O homem foi Indiciado por homicídio qualificado e denunciado pelo mesmo delito pelo Ministério Público e virou réu na ação que tramita na 1ª Vara Criminal. Ele responde o processo em liberdade e a Justiça não expediu nenhum mandado de prisão. Os executores do homicídio não foram ainda identificados pela Delegacia de Homicídios e a arma do crime não foi localizada.

A defesa rechaça a tese da polícia de que a morte de Maria Madalena tivesse o interesse do filho para ficar com a herança da família. "Foi dito que o filho vivia de mesada e não trabalhava. Mas a polícia não trouxe nenhum elemento que comprova que ele vivia de mesada. Ele era empresário e sócio da mãe em uma das empresas", pontuou o advogado. "Como ele vivia de mesada se era preposto da empresa em várias ações trabalhistas?", questionou.

Lucas Pünder ressalta ainda que não é verdadeira a informação que a empresária iria poucas vezes a chácara já que ali funcionava a sede da empresa. Sobre a presença do filho na casa da vítima no dia seguinte à morte, o advogado esclarece que foi uma medida de precaução tomada pelo seu cliente.

"Ele não se mudou simplesmente para a casa da mãe porque mandou matar ela. Era comum a vítima viajar e todas às vezes que ela se ausentava, alguém dormia na casa. Ela não deixava a casa sozinha. Por isso, o filho foi dormir na casa para que a residência não ficasse sozinha", apontou.

"Em relação a festa que a polícia afirma que aconteceu ali no domingo seguinte a morte, a própria polícia printou foto das câmeras de segurança que mostram que quatro pessoas foram até a casa para prestar solidariedade a ele, levaram comida, carne e ficaram lá com ele o dia inteiro sim. Se isso aí é uma mega festa eu não sei o que é festa pequena".

O advogado revela ainda que desde o início das investigações a polícia já afirmava que o réu era o mandante do crime e, por isso, após o primeiro depoimento o homem preferiu não se pronunciar nas oitivas posteriores.

"Quando eu fui depor, quatro dias após a morte, a polícia já falava que tinha sido o filho. Foi feita uma busca e apreensão na casa dele e não acharam nada, foi "apertada" a sua namorada, hoje esposa, para que ela entregasse ele. A partir do segundo depoimento ele se calou porque nada do que ele falasse iria adiantar", afirmou. "Temos a total convicção que o filho não tem envolvimento no crime e isso será provado no curso da instrução criminal".