São Paulo, 10 (AE) - O consultor de tecnologia bancária Gilberto Dib prevê que os grandes provedores vencerão os bancos na batalha do acesso gratuito à Internet, mas a exemplo das instituições financeiras também não cobrarão pelo serviço e se valerão do conteúdo informativo para manter ou atrair usuários e ganhar dinheiro com receita de publicidade. Já os bancos, segundo Dib, têm por limitação a natureza da própria atividade. "O negócio do banco é crédito e operações financeiras, e não comunicações", argumenta.
Ao mesmo tempo em que o conteúdo do site pesa na escolha do usuário, a qualidade do serviço geral do banco é fator de decisão. "Se o serviço bancário não for superior ao oferecido pelo concorrente, o cliente tende a fechar a conta e partir para um provedor normal, desde que tenha acesso gratuito", afirma Dib, presidente da Dib& Associados. Outro fator contra os bancos
na avaliação do consultor, é que, com o tempo, a tecnologia fica disponível a todos os outros bancos e deixa de ser um diferencial. A tecnologia, diz, tem sido bastante útil aos bancos, que agregam valor aos serviços básicos. Ela permite superar a concorrência com a oferta de serviços inovadores e de conveniência aos clientes.
Segundo o presidente da Dib & Associados, enquanto os bancos querem atrair clientes, o provedor quer mais tráfego para atrair publicidade, fator determinante na definição do conteúdo dos sites nos dois segmentos. Na verdade, diz, a decisão de grandes bancos brasileiros de oferecer acesso gratuito à Internet é apenas uma estratégia para atrair clientes e não significa que as instituições estejam interessadas em comércio eletrônico ou em ser provedores de acesso à rede.