Final de semana é marcado por sujeira e aglomeração no Cristo de Cornélio Procópio

Principal ponto turístico de Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro, o Monumento Cristo Rei, localizado no alto da Avenida XV de Novembro, registrou cenas de aglomeração neste final de semana. Vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostram pessoas sentadas na praça do entorno, muitas sem máscara. O cartão postal foi interditado no final de maio pela prefeitura por meio depois de uma recomendação administrativa do Ministério Público. Apenas uma das pistas, a de descida, permanecia liberada.

Na época, o prefeito Amin Hannouche justificou a medida para impedir a presença de moradores no local, principalmente jovens, e assim tentar evitar a disseminação do coronavírus. Porém, a situação mudou parcialmente na semana passada. O proprietário de um restaurante que fica nas imediações do Cristo entrou com um pedido na Justiça para desinterditar duas vias que dão acesso ao estabelecimento, a João Luiz Vieira e a XV de Novembro.

O empresário alegou "que nunca houve qualquer notícia oficial de aglomeração de pessoas nas ruas interditadas, as quais se prestam tão somente ao deslocamento de veículos". Ele argumentou que o decreto municipal não determinou o fechamento, mas apenas restringiu a circulação nos locais que acessam a praça do monumento. Na primeira instância, a solicitação foi negada, mas o comerciante recorreu ao Tribunal de Justiça do Paraná.

No último dia 6, o desembargador Abraham Lincoln Calixto considerou o bloqueio como "desproporcional" e ressaltou "que há outros instrumentos hábeis e menos lesivos que podem ser utilizados como aplicação de multa aos que venham se reunir no local". O acordo feito entre o Ministério Público e a Prefeitura de Cornélio já previa R$ 3 mil para quem descumprisse a regra. O magistrado determinou a liberação das duas ruas e fixou R$ 500 de multa diária se o município desobedecesse a ordem.

"Tivemos que cumprir a decisão judicial. Este final de semana foi o primeiro com as ruas desobstruídas e vimos o que aconteceu: a população bebendo, sem máscara e com muita aglomeração. Com certeza é um fator de risco para a Covid-19. Aquele ponto é de responsabilidade agora do Judiciário, que precisa estar consciente do que pode acontecer", informou o promotor Erinton Dalmaso, do MP de Cornélio.

O último boletim da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), divulgado no sábado (12), mostra que a cidade tem 434 casos confirmados, 315 recuperados e 19 mortes.