Imagem ilustrativa da imagem Fim de semana com temperaturas acima da média em Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro



A maior temperatura da primavera já registrada em Londrina foi atingida nesta quarta-feira (12): 36,8°C, de acordo com o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). Para este sábado (15) e domingo (16), o londrinense pode esperar temperaturas acima dos 30°C, com possibilidade de chuvas pontuais no fim da tarde.

A máxima atinge 34°C neste sábado (15) e 32°C no domingo (16). "É comum termos nessa época temperaturas que ultrapassam os 30°C. O que a gente observa há alguns dias é uma situação de massa de ar aquecida, mas que não tem taxas de umidade elevadas, então não temos tido deslocamento de frentes pela região", explicou o meteorologista Fernando Mendes. Segundo o Simepar, alguns aglomerados de nuvens têm se formado no período da tarde por conta do calor, provocando as chamadas "chuvas de verão".

O cenário sem a mobilidade de frentes favorece para que a elevação das temperaturas seja mais representativa em todo o Estado, não apenas no Norte, como explicou Mendes. "Em vários municípios do Estado as temperaturas têm apresentado valores elevados, em alguns casos até entre os mais elevados do ano".

A cidade de Antonina (Litoral), chamou a atenção por registrar sensação térmica de 57ºC na tarde de quarta-feira e na manhã desta sexta-feira (14). Embora os termômetros tenham marcado a temperatura máxima de 40,2ºC, as características do município fazem com que a cidade usualmente tenha uma sensação térmica elevada. "Lá tem a questão de morros, é muito abafado, é um buraco, então esquenta muito", esclareceu.

Contudo, Mendes lembrou que a sensação térmica é subjetiva. "Vai depender de onde você está, como está vestido. Esse cálculo que considera alguns fatores como umidade e vento chegaram a esse patamar dos 50ºC no litoral. Antonina tem essa característica, é um núcleo quente".

VERÃO

Se na primavera as temperaturas estão altas, o verão, estação mais quente do ano, projeta temperaturas acima da média. "Não é uma previsão 100%, são tendências que às vezes se confirmam em uma região e às vezes não", destacou Mendes.

Algumas estimativas prometem desvios de temperaturas em relação à média em janeiro e fevereiro de 2019. "Em alguma cidade que em janeiro e fevereiro atinge 30ºC, a tendência é de possa chegar a 30,1ºC, acima da média, porém muito próximo. Não se tem valores absolutos, tem-se uma tendência de desvio", acrescentou. O boletim climático do Simepar vai expor tais tendências de forma detalhada com a chegada do verão na próxima sexta-feira (21).

Essas projeções de calor não se dão somente por conta do fenômeno El Niño, segundo Mendes. "Na região Sul, quando se tem a influência desse fenômeno ocorre mais precipitação. Se você tem mais chuva, diminui um pouco a temperatura. Então não dá para dizer que o El Niño vai dar esse tipo de resultado [de temperaturas acima da média]".

QUEIMADAS

O meteorologista lembrou que há o risco de queimadas na região caso ocorra um período de estiagem. Mas, neste momento, a expectativa é que chova. "Com um período de chuva, essa condição de queimada diminui um pouco. Mas com um calor muito elevado, e se nós passarmos por um período de uma semana ou duas de seca, isso pode acontecer", ponderou. A falta de chuva com um calor extremo provoca um estresse hídrico na vegetação e agrava a condição de risco de queimadas, segundo Mendes. "Tudo é acompanhado e é circunstancial, mas não descartamos essa situação".

A tenente Luana Pereira da Silva, comandante do 3º agrupamento de Bombeiros contou que somente nesta quinta a corporação foi acionada cinco vezes para incêndios ambientais em diversos pontos da cidade. "É o período em que já é esperado o aumento desse tipo de solicitação", disse. Ela lembrou que o lago Igapó, bem como a barragem do lago, não são locais próprios para banho. "O alerta continua, mas já observamos que é uma prática comum, as pessoas ainda utilizam esse lazer aqui na nossa região. É um risco, tanto para o afogamento como para contaminações de forma geral", alegou.

Silva contou ainda que recentemente foi registrado um óbito de um adolescente por afogamento em um pequeno lago nas proximidades de um condomínio, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), e alertou que, mesmo com o calor, a população deve evitar locais impróprios para banho.