Brasília, 16 (AE) - Começa no final da próxima semana, com o encerramento das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, a contagem regressiva para que o presidente Fernando Henrique Cardoso decida se o ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca, fica ou não no cargo. O prazo foi fixado por integrantes do governo no auge da divulgação das denúncias de envolvimento de Greca com irregularidades nos bingos.
Interlocutores do presidente afirmavam hoje que ainda não há uma decisão sobre o futuro de Greca. No Congresso, há pressões de parlamentares do Paraná e aliados do governo para que o ministro seja demitido. O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), e o vice-presidente da República, Marco Maciel, têm feito pressão no sentido inverso, porque não têm garantia de manter no cargo alguém da ala catarinense do partido.
Procurado hoje pela reportagem, o ministro protestou contra "a campanha da imprensa" para derrubá-lo. "Não está em causa o tempo em que os ministros ficam nos cargos, mas sim o seu trabalho", afirmou. Greca disse que, se for demitido, "com exceção do endereço", nada mudará em sua vida. Ele voltará a ser deputado federal. O ministro também confirmou que viajará para Salvador para acompanhar os festejos sobre o descobrimento.