Festa na Paulista reúne mais de um milhão de pessoas
PUBLICAÇÃO
sábado, 01 de janeiro de 2000
São Paulo, 01 (AE) - A festa da virada na Avenida Paulista reuniu 1,1 milhão de pessoas, segundo os organizadores, apesar de não ter recebido o convidado mais ilustre, o padre Marcelo Rossi, que desistiu na última hora, e a chuva ter estragado boa parte das baterias de fogos que estavam na frente e atrás do palco. De acordo com a Polícia Militar, 800 mil pessoas compareceram ao evento.
A chuva também atrasou os shows, que começaram às 21h40, em vez do horário previsto, 19h55. O grupo Bate Lata abriu a festa, comandada pelo apresentador Otaviano Costa. Em seguida vieram os Engenheiros do Hawaii - que só empolgaram o público com sucessos como "Infinita Highway" - e depois Ivete Sangalo - de micro saia branca - que foi a preferida da noite. O grupo de pagode Art Popular entrou no palco por volta da 1h.
Foi a maior festa de reveillon na Paulista, segundo os organizadores - TV Bandeirantes e Playmusic. No ano passado, 700 mil pessoas estiveram no evento. De acordo com o presidente da Playmusic, Fernando Elimelek, o evento, que custou R$ 4 milhões, teve estrutura comparável a três shows dos Rolling Stones que ocorreram no Brasil - que foi considerado o maior show da história da cidade.
O prefeito Celso Pitta (PTN) deu "xô" para 1999 poucos minutos antes de entrar o ano 2000 na festa da Avenida Paulista. "Acabou o ano, ele já foi embora, quero dizer xô, xô 99".Ele disse que o balanço do ano que passou foi negativo e que não quer nem mais ouvir falar no ano que passou.
Quando os repórteres perguntaram o que teria sido pior no ano, Pitta sorriu para o Secretário de Comunicação Social, Antenor Braido, e fez cara de quem passaria horas elencando todas as coisas ruins. "Bom, teve impeachment, teve greve de ônibus..." E a separação da primeira-dama Nicéia Pitta?, perguntaram os repórteres. "Não teve separação", despistou o prefeito.
Pitta foi ao evento, no entanto, sem a companhia de Nicéia. "Ela ficou com os filhos, em casa, depois também vou para lá." Vestindo camisa pólo de mangas compridas creme, calça bege e sapatos marrons, Pitta chegou bem disposto, ao lado de Braido e do secretário de Governo, Guto Meinberg, que vestia camisa e calça branca e vistoso suspensório vermelho.
Para o prefeito, o padre Marcelo Rossi não fez falta. "O problema é dele (do padre) e dos organizadores." Meinberg, ao contrário, fez um balanço positivo do ano e disse que, se Pitta quiser, trabalha para que o prefeito seja reeleito neste ano.
Pitta desconversou e alegou que ainda não decidiu se será candidato. O prefeito dançou, tirou fotos, vestiu gorro de Natal com o emblema do novo ano, comeu e bebeu champagne.
Vips - O camarote vip fez a festa da "segunda opção". A maioria dos convidados dizia que foi para a festa porque a primeira opção não deu certo. Foi o caso da quase vip e atriz Aldine Muller, que disse que sua ida para Búzios, no Rio, "miou". "Estou usando sutiã preto para impedir a energia ruim de entrar." As atrizes Nicole Puzzi e Mayara Magri, as duas últimas vips, deram a mesma justificativa. Mayara desistiu de Ubatuba porque estava muito cheio. E Nicole levou a filha para a Paulista porque está a trabalho na cidade.
Briga - O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Eduardo Bitencourt, foi barrado pela segurança do evento na entrada do camarote vip, pois estava sem credenciais. Ele agrediu seguranças, que acabaram derrubando-o no chão. Mas Bittencourt acabou conseguindo entrar e não quis comentar o incidente.
Havia 800 policiais militares e 200 seguranças particulares distribuídos pelas ruas transversais da avenida. Além disso, 56 homens da Companhia de Engenharia de tráfego bloqueavam as ruas que cortam a avenida.
Um homem sem documentos sofreu um enfarte por volta das 21h e foi levado ao Hospital das Clínicas. Oitocentos homens da PM fizeram a segurança e 200 seguranças particulares a do evento
além de 56 homens da Companhia de Engenharia de tráfego que ficaram distribuídos nas transversais da avenida.
