A Secretaria de Saúde de Minas informou ontem que subiu para 12 o número de mortes causadas supostamente pela febre amarela silvestre, na região centro-oeste do Estado, desde o dia 23 de janeiro. De acordo com a Secretaria, no mesmo período foram notificados 35 casos suspeitos da doença, todos de moradores ou visitantes de sete municípios do centro-oeste mineiro.
Em cinco deles, no entanto, exames sorológicos realizados pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, descartaram a presença do vírus da febre amarela. De acordo com técnicos da secretaria, os pacientes podem ter sido acometidos de outras doenças cujos sintomas se assemelham aos da febre amarela, como a dengue - que já contaminou mais de duas mil pessoas em Minas.
Houve confirmação laboratorial da febre amarela em 11 dos 30 casos restantes, até o momento, sendo que seis dessas pessoas morreram e as demais foram hospitalizadas e receberam alta. A 12ª vítima da doença foi Maria Madalena Ferreira Alves, de 55 anos. Ela foi internada no dia 26 de fevereiro em um hospital de Pará de Minas e faleceu na noite de sexta-feira, com sintomas claros de febre amarela. Uma necropsia, a ser feita hoje, deverá definir a causa da morte. Segundo familiares, Maria Madalena esteve, recentemente, em Conceição do Pará, uma das cidades da área considerada foco da doença em Minas.
Técnicos da Secretaria de Saúde de Minas, da Fundação Nacional de Saúde e do Cinepi - órgão do Ministério da Saúde que investiga epidemias - prosseguiram, no fim de semana, os trabalhos de combate à doença. No Centro-Oeste, especialistas da Funasa e do Cinepi percorreram a região do Vale do Rio Pará, habitat dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que estaria transmitindo a febre amarela silvestre a pessoas que acampam, pescam ou moram nas margens.
Além de pegar mosquitos para definir as espécies que agem no local, eles também procuraram macacos mortos para colher material dos animais. Os macacos são os hospedeiros intermediários do vírus amarílico. A intenção é delimitar com mais precisão a área de risco para a doença.
Com os dados, pode-se ainda fazer um melhor trabalho de isolamento do foco e estabelecer critérios para evitar uma eventual ‘‘urbanização’’ da febre amarela.
Os postos de vacinação nas cidades do Centro-Oeste funcionaram normalmente ontem e também em Contagem, região metropolitana da capital, houve mutirão de imunização da população. Um dos 12 mortos pela febre amarela era morador da cidade, embora tenha sido contaminado em uma pescaria, no Centro-Oeste, dez dias antes do óbito.