O Incra realizou, na manhã de sexta-feira (5), trabalhos de regularização fundiária, com emissão de 150 títulos definitivos a beneficiários da reforma agrária nos assentamentos Eli Vive I e II, em Londrina.

Iracema dos Santos, ao lado do marido, foi uma das pessoas que recebeu o documento .
Iracema dos Santos, ao lado do marido, foi uma das pessoas que recebeu o documento . | Foto: Incra/PR

Situados no distrito de Lerroville, o Eli Vive I possui 393 famílias de agricultores e o Eli Vive II conta com mais 115 unidades familiares. A entrega dos documentos ocorreu no ginásio do Colégio Estadual Maria Helena Davatz.

Para a assentada Elisangela Mertg, moradora do Eli Vive II, o título de propriedade do lote dá esperança de um futuro melhor e com mais segurança para a família. Ela vive com o companheiro, o filho de 19 anos e a neta de nove meses. Na área, fazem o plantio de uma variação de milho utilizada para doces, como pamonha e curau. "O cereal que plantamos é mais doce que o convencional. Cada roçada chega a render até R$ 50 mil, duas vezes por ano. Aqui é uma terra muito boa e agora podemos dizer que a propriedade é nossa", destaca.

A agricultora Iracema Mathias dos Santos cria animais de pequeno porte (porcos e galinhas) e também trabalha no cultivo de milho. Viveu muitos anos em acampamentos e, após receber o lote, pôde construir uma casa de alvenaria, onde vive com o marido e um filho. "Estou no lugar que pedi a Deus, e pude continuar fazendo aqui o que mais gosto: trabalhar na roça", disse a assentada, também atendida com o título definitivo.

No dia 27 de setembro de 2013, os 7.313 hectares das antigas fazendas Guairacá e Pininga foram partilhados em lotes com 8 a 10 hectares. Onde era apenas capim, se transformou no espaço de produção de hortaliças, plantas medicinais e ornamentais, café, árvores nativas da região, frutíferas, animais de pequeno porte.

Desde o início da comunidade, as famílias produzem para o auto sustento e para a comercialização. Entre as linhas de produção se destacam: leite, hortaliças, café, frutíferas e grãos, principalmente milho. Parte da produção é agroecológica e algumas famílias têm certificação de orgânico, outras estão em processo para certificar.

A Copacon (Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista) comercializa a produção em mercados institucionais como o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de aquisição de alimentos).

Em média, por ano, são comercializadas 205 toneladas de fubá, 570 toneladas de feijão, 70 toneladas de canjiquinha, 55 toneladas de farinha de milho biju, 200 toneladas de hortifruti com uma diversidade de mais de 20 produtos.

Os produtos do assentamento também são comercializados em redes de supermercados de Londrina, na rede Armazém do Campo, no Feirão da Resistência e Reforma Agrária, em feiras livres e o Grupo de Mulheres Camponesas do Assentamento Eli Vive II entregam cestas semanalmenteem Londrina, em parceria com a Economia Solidária.

Além da cooperativa, a comunidade têm a Acaev (Associação dos Camponeses do assentamento Eli Vive), que elabora e executa projetos que atendam demandas do assentamento, e a AMCEV (Associação das Mulheres Camponesas do assentamento Eli Vive II), que executa o Projeto das Sacolas Camponesas em parceria com a UEL (Universidade Estadual de Londrina ).

De 8 a 12 de agosto, o Incra realizará atendimentos para emissão de mais títulos no estado, a partir da regularização cadastral dos assentados.

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