Quatro meses após a morte do jovem Hannan Silva, 21, parentes e amigos decidiram ir até o centro de Londrina para protestar e pedir mais celeridade no andamento do processo na justiça. Hannan foi encontrado morto no dia 22 de outubro do ano passado na praça Rocha Pombo, em frente ao Museu Histórico de Londrina.

Com camisetas com a mensagem 'Hannan vive", o grupo percorreu vários pontos do centro da cidade
Com camisetas com a mensagem 'Hannan vive", o grupo percorreu vários pontos do centro da cidade | Foto: Roberto Custódio

“Nosso sentimento é de revolta”, frisou a mãe do jovem, Sônia Regina da Silva. Segundo ela, a tramitação do processo foi suspensa por 60 dias após a defesa do acusado de ter cometido o crime ter solicitado exames toxicológico e de sanidade mental.

“Os exames foram agendados para o dia 19 de março, no IML [Instituto Médico-Legal] de Londrina. Mas a gente sabe que isso tudo pode demorar muito mais que 60 dias. Os resultados ainda vão para Curitiba e para São Paulo. Não precisa parar o processo para ele fazer isso. Provavelmente, ele nem seja julgado esse ano. Nós como família, como amigos, não vamos deixar a memória do meu filho ser esquecida”, afirmou Sônia.

“Meu coração de mãe fica apertado. Hoje ele poderia estar aqui junto com a gente festejando com os amigos, correndo atrás do sonho dele de ser jornalista e esse sonho foi interrompido”, completou.

Com camisetas estampadas com uma foto do jovem sorrindo e a mensagem “Hannan vive”, o grupo caminhou na tarde deste domingo (23) pelo Calçadão, a partir da rua Prefeito Hugo Cabral. Os manifestantes seguiram pela avenida São Paulo em direção ao Bosque Central e lembraram também o assassinato do chefe de cozinha Fábio Abila, encontrado morto no dia 15 de outubro do ano passado. Segundo a Polícia Civil, os dois crimes teriam sido cometidos por Fernando Inácio Andrade, 21. Ele está preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina). As vítimas foram mortas por asfixia. No bosque central, um momento de oração foi dedicado à família de Abila.

Já na Praça Rocha Pombo, no local em que o corpo de Hannan foi encontrado, a mãe do jovem se emocionou ao lembrar da cena e da falta de segurança na região. “Não tinha segurança, não tinha um carro de polícia, não tinha um guarda municipal. Ele teve a infelicidade de encontrar esse assassino e esse assassino fez isso com ele. Essa não vai ser a última passeata.”

A manifestação foi encerrada com um novo momento de oração e abraços entre os participantes. “Hannan exalava alegria e amor. Foi uma crueldade e isso não pode ficar impune. A gente não quer novas vítimas”, disse a assistente social, Adélia Sato. “Ele era contagiante, sempre ajudava a todos. Algo tão injusto assim não pode passar em branco”, reforçou o amigo Gustavo Fernando Figueredo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do acusado de ter cometido os dois crimes.