Os familiares de Luana Oliveira Lopes, sequestrada há 17 anos em Florestópolis na Região Metropolitana de Londrina (RML), estão entre surpresos e apreensivos pelo reaparecimento dela. Na terça-feira (10), a Polícia Civil do Paraná informou que uma mulher de 24 anos buscou a família Lopes dizendo que seria Luana. Um exame de DNA vai comprovar a veracidade do caso. A

família aguarda com expectativa pelo resultado do DNA.

Maiara e o irmão Diego entre os tios Maria e Marcelino: expectativa pelo resultado do exame de DNA
Maiara e o irmão Diego entre os tios Maria e Marcelino: expectativa pelo resultado do exame de DNA | Foto: Vitor Ogawa

Luana e o irmão Diego foram abordados por um caminhoneiro em 2003 no quilômetro 35 da Rodovia João Lunardelli e, na sequência, a menina então com 8 anos foi raptada. A reportagem da FOLHA esteve nesta quarta-feira (11), em Sabáudia (RML), onde vive parte da família (outra parte está em Içara, distrito de Astorga) e conversou com Diego Lopes Oliveira e Maiara Lopes, irmãos de Luana, e os seus tios. Segundo Diego, a moça, que se chama Natália, entrou contato pelo Facebook há dois meses, mas só no último sábado ela pôde vir ao Norte do Paraná.

“Um colega nosso de Jaguapitã começou a conversar com ela. Ele achou que ela era muito parecida com a minha família, com as minhas irmãs e pegou o contato dela. Isso já faz dois meses”, conta. Depois disso foram longas conversas até que viajar ao Paraná.

A moça realizou o exame de DNA para verificar se o código genético é compatível com o da família Oliveira Lopes. “Estamos na esperança. Ela é bem parecida com a minha outra irmã. A possibilidade é grande. O coração está daquele jeito. Estamos sentindo angústia e ao mesmo tempo estamos contentes”, declara Diego.

Diego relata que a moça não tem lembranças do dia do sequestro e também do passado antes dos dez anos de idade. Mesmo que o resultado do DNA seja negativo, Diego diz que já a tratam como se fosse da família. “Se ela não for a Luana, vamos ganhar mais uma irmã, mas as buscas pela Luana continuarão. Ela já está chamando a minha mãe de mãe. Já pegou amizade. Ela tem três crianças que chamam a minha mãe de vó”, destaca.

“Quando ela chegou, vieram muitas lembranças daquela época, porque nós brincávamos bastante. Minha mãe diz que ela é a Luana”, ressalta. “Nós conversamos bastante. Como ela chegou agora ainda está se acostumando com o nosso povo. Estamos pegando amizade com ela”, destaca.

Outra irmã de Luana, Maiara, relata que todos aguardam a confirmação do parentesco. “Está todo mundo contente, esperando o resultado do exame de DNA sair.” O tio de Luana, Marcelino Anastácio, afirma que a expectativa de que ela seja a Luana é a mais alta possível. “Estamos sonhando com isso. Ela é idêntica à Luana e muito parecida com a minha outra sobrinha. Claro que a gente torce que seja a Luana, mas se não for vamos acolhê-la como se fosse. Mas a gente já acolheu a Natália como se fosse nossa sobrinha."

A tia de Luana, Maria, diz que ficou feliz com a notícia, mas recebeu a informação com ressalvas. “Estamos com um pé atrás, porque já tivemos outros momentos em que nós achamos que era ela, mas não era verdade. A gente prefere ficar na expectativa.” Ela diz que a família nunca se esqueceu dela e sempre manteve as buscas.

Natália teria saído da casa em que morava no Rio de Janeiro depois que sua tia relatou que ela não era da família. A jovem teria passado por maus-tratos. O homem que a criou como pai morreu quando ela tinha 15 anos. Em entrevista coletiva nesta terça, em Curitiba, a delegada Patrícia Paz, chefe do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas), afirmou que a jovem não especificou se o homem que a criou foi o mesmo caminheiro autor do rapto em 2003.