A família de Vanessa do Prado Alves Machado, 33, atropelada em Arapongas na madrugada de domingo (3), autorizou a doação de órgãos após a confirmação de morte encefálica. Segundo a coordenadora da Organização de Procura de Órgãos de Londrina, Emanuelle Zocoler, foram retirados os rins, que seguiram para Curitiba, e pacientes da fila de espera pelo órgão já passam por exames para verificar a compatibilidade para a realização do transplante. Mesmo com a morte encefálica confirmada, em razão do quadro instável da paciente, outros órgãos não puderam ser captados.

Imagem ilustrativa da imagem Família autoriza doação de órgãos de mulher atropelada em Arapongas
| Foto: Reprodução/Facebook


O atropelamento ocorreu após a vítima sair da paróquia São Vicente Palotti junto com o namorado, por volta da 1h45. Eles seguiam para o carro, que estava estacionado na rua Francelho, em Arapongas, quando uma Saveiro de cor branca atropelou Vanessa na contramão. Ela foi atingida e arremessada a alguns metros. Na ocasião, o motorista da Saveiro fugiu do local. Vanessa teve sérias complicações, sendo uma grave contusão no pulmão, fratura no fêmur e no pulso e traumatismo craniano hemorrágico.

A vítima era moradora de Cambé e fazia parte do grupo religioso Cristo Luz do Mundo. A família mora no distrito de Lerroville, em Londrina, onde será realizado o velório a partir das 19h no salão paroquial nesta quinta-feira (7). O sepultamento será às 17h de sexta-feira (8) no Cemitério de Lerroville. "A Vanessa salvou minha vida de várias formas, inclusive fisicamente nesse acidente. Agora poderá ajudar ainda mais pessoas com a doação de órgãos. Que ela seja um exemplo de vida e santidade; de amor e doação", disse o namorado Daniel Machado, em nota encaminhada à imprensa.

INVESTIGAÇÃO

De acordo com o delegado Ricardo Jorge, responsável pelo caso, o suspeito, antes da confirmação da morte de Vanessa, seria indiciado por lesão corporal de natureza gravíssima na direção de veículo automotor e omissão de socorro, crimes com penas mais brandas. Porém, após a notícia do falecimento da vítima, a Polícia Civil mudou de entendimento e passou a enquadrar o motorista por homicídio qualificado por dolo eventual. "Uma testemunha aqui na delegacia disse que o condutor avançou, jogou o veículo contra o pedestre. Ele ainda não foi encontrado e, apesar de já identificado, não teve interesse em colaborar com as investigações. Por enquanto, continuamos investigando", disse o policial, que não quis adiantar se pedirá ou não a prisão do rapaz.