Falta de investimento faz universidades do BR caírem em ranking
Apesar da queda na classificação internacional, UEL se mantém no 38º lugar dentre as 53 instituições brasileiras no top 2000 do CWUR
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 02 de junho de 2025
Apesar da queda na classificação internacional, UEL se mantém no 38º lugar dentre as 53 instituições brasileiras no top 2000 do CWUR
Fernando Buchhorn

Falta de investimento do governo e queda no desempenho de pesquisas acadêmicas fizeram com que 87% das universidades brasileiras caíssem no ranking internacional de instituições de ensino superior do Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR).
O CWUR é uma organização que fornece conselhos sobre políticas, ideias estratégicas e serviços de consultoria a governos e universidades para melhorar os resultados educacionais e de pesquisa.
Na edição 2025 do ranking, divulgado nesta segunda-feira (2), 46 das 53 universidades do país listadas no top 2000 tiveram queda. Segundo a instituição, "o principal fator para o declínio das universidades brasileiras é o desempenho em pesquisa, em meio à intensificada competição global de instituições bem financiadas".
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) perdeu 31 posições no ranking internacional, passando do 1.495º lugar para o 1.523º das 21.462 instituições analisadas pela CWUR. Apesar disso, a UEL se mantém no 38º lugar dentre as 53 universidades brasileiras no top 2000.
A UEM (Universidade Estadual de Maringá) caiu 62 posições, passando do 1306º lugar para o 1368º, a maior queda entre as paranaenses. A instituição também caiu uma posição entre as brasileiras, passando do 33º para o 34º lugar.
UTFPR
Em contrapartida, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) foi a única das cinco instituições paranaenses na classificação a ganhar posições. Neste ano, a UTFPR foi classificada no 1455º lugar, subindo 10 pontos em relação ao ano anterior.
Em nota oficial, o reitor da UTFPR, Everton Lozano, mencionou a importância do investimento em pesquisa e desenvolvimento. “Não se trata de uma aposta, mas de uma certeza: a ciência é um motor fundamental para impulsionar transformações econômicas e sociais. As universidades brasileiras, sem dúvida, possuem grande potencial para realizar essas contribuições”.

Procuradas, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a UEL não se pronunciaram até o fechamento da matéria.
USP
Melhor universidade da América Latina, a USP (Universidade de São Paulo) também caiu na lista, do 117º para o 118º lugar. Mesmo assim, manteve sua posição de liderança no continente, atrás da Universidade Nacional Autônoma do México (282º), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 331º) e da Unicamp (Universidade de Campinas, 369º).
"Com 53 universidades no ranking, o Brasil está bem representado entre as melhores universidades do mundo. No entanto, o que é alarmante é a queda das instituições acadêmicas devido ao enfraquecimento do desempenho em pesquisa e ao limitado apoio financeiro do governo", analisa Nadim Mahassen, presidente do CWUR.
"Enquanto vários países estão colocando o desenvolvimento da educação e da ciência no topo de suas agendas, o Brasil está lutando para acompanhar o ritmo. Sem financiamento mais forte e planejamento estratégico, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global em rápida evolução", alerta.
No ranking global, a americana Universidade de Harvard é, pelo 14º ano consecutivo, a principal do mundo. É seguida por outras duas instituições privadas dos EUA, MIT e Stanford, enquanto Cambridge e Oxford do Reino Unido –classificadas em quarto e quinto lugar, respectivamente– são as instituições públicas de ensino superior mais bem avaliadas do mundo. O restante do top dez global é completado por universidades privadas dos EUA: Princeton, Pensilvânia, Columbia, Yale e Chicago.
O CWUR analisou 74 milhões de pontos de dados baseados em resultados para classificar universidades de todo o mundo de acordo com quatro fatores: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e pesquisa (40%). Este ano, 21.462 universidades foram classificadas, e aquelas que ficaram no topo entraram na lista Global 2000, que inclui instituições de 94 países.
INSTITUIÇÕES DO PARANÁ NO 2000 do CWUR
10º - Universidade Federal do Paraná - de 763º para 783º em 2025
34º - Universidade Estadual de Maringá - de 1.306º para 1.368º em 2025
36º - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - de 1.465º para 1.455º em 2025
38º - Universidade Estadual de Londrina - de 1.495º para 1.526º em 2025
45º - Pontifícia Universidade Católica do Paraná - de 1.729º para 1.785º em 2025
(Com Claudinei Queiroz- Folhapress)

