A taxa de ocupação dos leitos exclusivos no HU (Hospital Universitário) de Londrina para o atendimento dos pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 estava em 70% na tarde deste domingo (6). O hospital conta com 80 leitos de UTI e 156 leitos de enfermaria para este fim.

No entanto, o momento é de alerta e de preocupação, conforme frisou a superintendente do HU, Vivian Feijó. O aumento no número de casos e o afastamento de profissionais da saúde podem comprometer os atendimentos nas próximas semanas, caso não haja reforço das medidas de prevenção ao novo coronavírus. Além do número de leitos, segundo ela, é necessário avaliar a quantidade de profissionais em atuação, além da disponibilidade de medicamentos, insumos e outros itens necessários para o atendimento.

Imagem ilustrativa da imagem “Falar só em número de leitos é algo muito simplista”, alerta superintendente do HU
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

“A gente falar só em número de leitos e em número de respiradores é algo muito simplista. Os pacientes que estão na UTI precisam ser cuidados, precisam de hemodiálise, precisam de medicamentos específicos e, mais do que tecnologia, precisam de profissionais, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, equipe administrativa e de limpeza para manter o ambiente o mais adequado possível”, ressaltou.

Conforme Feijó, há sete unidades de Terapia Intensiva no HU. No entanto, as alas são divididas para alocar grupos de pacientes que já receberam a confirmação da doença, os que ainda são tratados como casos suspeitos e os que foram infectados, mas já não estão no período de transmissão do vírus.

“Às vezes, a gente tem a vaga de UTI para o paciente com confirmação da doença, mas, naquele momento, não tem a vaga para o paciente com suspeita. Os altos índices de ocupação na UTI preocupam não só a cidade como os demais hospitais que prestam atendimento aos pacientes com Covid-19.”

Neste domingo, 39 pacientes infectados pelo novo coronavírus estavam na UTI do Hospital Universitário e outros 14 eram considerados casos suspeitos. “Temos também os pacientes que já se recuperaram, mas que permanecem na UTI para reabilitação após aparecerem complicações da doença como pneumonia, septicemia e insuficiência renal”, detalhou. O tempo médio de permanência dos pacientes na UTI varia entre 14 e 30 dias. Na enfermaria havia 44 casos positivos e 23 pacientes com suspeita de Covid-19 neste domingo.

“A população flexibilizou o comportamento. O cenário está sob controle no HU, porém já há um evidente crescimento da procura por atendimentos e por leitos. Em alguns momentos temos leitos disponíveis, mas que não são os leitos que precisamos para aquele instante. Não houve falta de leitos, mas houve aumento da demanda, em especial, nesta última semana”, afirmou.